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2 lições de quem fez 1.690% com ações brasileiras nos últimos 13 anos

Bolsa é um jogo de competência e longo prazo, com regras indispensáveis para vencer

Por caio.nascimento

04 Sep 2024 15h28 - atualizado em 04 Sep 2024 03h33

Ivan Barboza é um nome importante de se conhecer caso você tem como propósito vencer o mercado.

Através de uma filosofia fundamentalista e focada no longo prazo, investindo em empresas com vantagens competitivas em segmentos rentáveis, ele entregou 1.690% nos últimos 13 anos com ações brasileiras através do Ártica Long Term FIA, superando diversos índices de mercado, como Ibovespa, CDI, S&P 500, dólar e índice Small Caps no período.

Algumas das ações que ele investe são Marcopolo (POMO4), Porto (PSSA3), Banco Mercantil (BMEB4), Caixa Seguridade (CXSE3) e Multilaser (MLAS3).

E desse retorno tiramos uma lição: diferente do que muitos falam, Bolsa brasileira não é pior ou melhor que CDB no “país do rentismo”. Tampouco é um “lixo” como muitos afirmam nas redes sociais. 

Bolsa, na verdade, é um jogo de competência e longo prazo. É por isso que recebemos, no episódio #124 do Market Makers, Ivan Barboza.

Durante o papo, ele trouxe alguns ensinamentos importantes que o ajudou a atropelar o mercado. Dentre elas, os 3 atributos que uma empresa precisa ter para ser considerada na carteira de investimentos e a importância de mergulhar na mente dos executivos das empresas.

Trago abaixo. 

NUNCA invista numa empresa sem conhecer os executivos

Antes de mais nada, é OBRIGATÓRIO conhecer a visão dos executivos de uma empresa antes de investir nela. Segundo Ivan, a competência de um executivo vai além das habilidades técnicas, englobando a capacidade de liderança, visão estratégica e integridade. 

Indo além de números, você precisa saber disso. Não tem competência que sustente o negócio de um líder destemperado, com histórias mal contadas e passado sujo. 

É por isso que o M3 Club (hub premium do Market Makers onde investidores profissionais se encontram) entrega aos membros reuniões frequentes com CEOs de companhias listadas na Bolsa. 

Afinal, uma coisa é ouvir como bastidor um executivo. Outra bem diferente é ter a oportunidade de conversar com ele e ser protagonista… conseguir de fato mergulhar na mente dele.

Agora mesmo, enquanto escrevo este texto, os membros do M3 Club estão com o CEO e o CFO da Valid (VLID3) numa reunião exclusiva e a portas fechadas num espaço do BTG Pactual:

Diante dessa obrigatoriedade, Ivan Barboza destaca que um dos aspectos mais críticos na avaliação de um executivo é o alinhamento de interesses e o histórico profissional. A experiência acumulada ao longo da carreira é um forte indicativo de como ele pode continuar a operar e gerar resultados positivos.

Tomando como exemplo Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser e um dos principais empreendedores do setor de tecnologia do Brasil, ele destaca como a trajetória de um executivo pode ser determinante. 

Um executivo que esteve à frente da empresa desde o seu início, como no exemplo, foi fundamental para o crescimento da organização, levando-a de um faturamento inicial modesto para um patamar significativamente maior. Isso demonstra não apenas a habilidade de gerar resultados, mas também a resiliência e a capacidade de reagir prontamente a problemas.

Além disso, a transparência é um atributo essencial. Um executivo que comunica de forma clara e honesta, mesmo em situações adversas, constrói confiança e mantém a credibilidade perante investidores, funcionários e outros stakeholders. No exemplo, a admissão rápida de um erro e a clareza na comunicação, mesmo quando as notícias não eram favoráveis, destacam o valor da transparência e da franqueza na gestão.

Outro ponto relevante é a capacidade do executivo de tomar decisões difíceis. Em momentos de crise, como durante a pandemia, muitos mercados enfrentaram desafios inesperados. A habilidade de um executivo de navegar por essas incertezas e tomar decisões complexas, como ajustar estoques ou lidar com flutuações de mercado, é vital. Mesmo que erros possam ocorrer, a experiência e a capacidade de aprendizado são o que realmente distingue um bom líder.

Por fim, o alinhamento entre a visão do executivo e os objetivos da empresa deve ser observado pelo investidor. Quando o líder está em sintonia com os interesses da organização e possui a habilidade de implementar estratégias eficazes, o potencial de sucesso aumenta significativamente. Isso cria um ambiente em que todos trabalham em direção aos mesmos objetivos, garantindo o crescimento sustentável e a longevidade da empresa.

Os 3 atributos para investir numa empresa, segundo Ivan

Rentabilidade Histórica Alta:

Um dos principais atributos que uma empresa deve possuir é uma rentabilidade histórica elevada. Investir em uma empresa que consistentemente gera bons retornos sobre o patrimônio líquido (Return on Equity – ROE) é fundamental. No longo prazo, se você investir em um negócio cronicamente bom, o retorno do seu capital tende a convergir para esse ROE. Mesmo que você pague caro inicialmente, seu retorno ainda ficará próximo ao retorno do capital investido da empresa, e se você pagar barato, seu retorno poderá ser ainda maior. Em outras palavras, empresas com forte rentabilidade ao longo do tempo proporcionam uma base sólida para investimentos de longo prazo.

Resiliência:

A resiliência de uma empresa é outro fator vital. O ambiente macroeconômico é incerto e imprevisível, e eventos inesperados como crises financeiras, pandemias ou conflitos internacionais podem impactar severamente os mercados. Portanto, é importante escolher empresas que possam resistir a esses choques. Assim como um barco que atravessa o Oceano Atlântico p estão momentaneamente descontadas em relação ao seu valor intrínseco oferecem precisa ser capaz de suportar tempestades, uma empresa deve ser robusta o suficiente para enfrentar diferentes cenários econômicos. No Brasil, onde as crises econômicas e políticas são frequentes, a resiliência de uma empresa é ainda mais relevante.

Valuation Atraente:

Comprar ações a um preço baixo é um dos maiores segredos do sucesso no mercado de ações. Empresas querem oportunidades de investimento com grande potencial de retorno. Embora nem todas as empresas com múltiplos baixos sejam bons investimentos, é provável que as melhores oportunidades estejam entre aquelas que estão subvalorizadas no momento da compra. Por isso, é importante focar em empresas que, além de serem boas, estejam sendo negociadas a um preço atrativo.

Por hoje é isso. Assista ao episódio clicando aqui.

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caio.nascimento@mmakers.com.br