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5 pontos sobre…EBITDA

E um importante ponto bônus no final

Leopoldo Rosa

Por Leopoldo Rosa

29 Apr 2025 12h36 - atualizado em 29 Apr 2025 12h36

Considerado um dos pais fundadores dos Estados Unidos, Benjamin Franklin dizia que “Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”.

E eu apostaria – ou melhor, investiria um bom capital – de que você pensa como ele. Por isso, chego aqui com mais uma edição da série 5 PONTOS SOBRE. Hoje para falarmos sobre EBITDA.

Esse termo está em praticamente toda análise de empresa, mas há dúvidas sobre o que ele realmente mostra.

Então, vamos direto ao ponto: aqui estão 5 coisas que você precisa saber sobre EBITDA para interpretar resultados com mais precisão e evitar armadilhas.

1. O que significa EBITDA, afinal?

EBITDA é a sigla para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization — ou, em português: Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.

Ou seja, é o resultado operacional da empresa antes de (tudo o que interessa) custos financeiros, impostos e efeitos contábeis.

É usado para mostrar quanto o negócio gera de resultado operacional na sua atividade principal, sem interferência de fatores externos.

2. Por que o EBITDA é tão usado?

Ele é uma forma prática de comparar empresas sem distorções causadas por:

  • diferentes níveis de endividamento (juros);
  • regimes tributários (impostos);
  • ou ativos fixos muito antigos ou novos (depreciação e amortização).

Para o investidor, o EBITDA funciona como um “atalho” para entender o potencial de geração de caixa operacional — algo essencial para empresas pagarem dívidas, distribuírem dividendos ou reinvestirem no crescimento.

3. EBITDA não é lucro (e nem caixa real)

Apesar de parecer “dinheiro que sobra”, o EBITDA não representa o caixa líquido da empresa. Ele não considera:

  • despesas financeiras;
  • impostos a pagar;
  • investimentos em capital e manutenção (CAPEX).

Por isso, não faz sentido usar o EBITDA sozinho para avaliar se a empresa é lucrativa ou saudável financeiramente.

4. Como usar o EBITDA na prática

O EBITDA é útil quando comparado com outros indicadores. Exemplos:

Dívida Líquida / EBITDA: mostra quanto tempo a empresa levaria para quitar suas dívidas com seu lucro operacional — quanto menor, melhor.

Margem EBITDA: quanto do faturamento vira EBITDA. Uma margem de 20%, por exemplo, significa que 20% da receita vira geração operacional.

Esses indicadores ajudam a entender a eficiência operacional e capacidade de pagamento da empresa.

5. Cuidado com ajustes no “EBITDA ajustado”

Muitas empresas divulgam o chamado EBITDA ajustado para remover “itens não recorrentes”. Às vezes isso faz sentido (como uma venda pontual de ativo), mas em outros casos pode mascarar resultados ruins.

Como investidor, sempre compare:
EBITDA ajustado vs. EBITDA contábil

    e leia as notas explicativas para entender o que foi ajustado e por quê.

    Ponto bônus

    Entre suas muitas falas interessantes e polêmicas, uma fez o icônico Charlie Munger ficar conhecido como “hater do EBITDA”. Disse o investidor: “sempre que ouvir EBITDA substitua por bullshit”. Ele tinha argumentos interessantes: para ele, o EBITDA pode ser enganoso porque ignora custos importantes como depreciação e despesas de capital, dando uma visão distorcida da lucratividade real de uma empresa. Apesar disso, ele reconhece que o indicador pode ser útil sob certas circunstâncias.

    Resumo da ópera
    O EBITDA é uma excelente métrica de comparação operacional, mas não deve ser interpretado como lucro ou caixa. Ele serve como ponto de partida para uma análise mais profunda — especialmente quando combinado com outros indicadores.

    E por último, mas não menos importante…
    Tem perguntas técnicas e/ou teóricas sobre investimentos? Manda pra gente em contato@mmakers.com.br. Em breve, faremos uma edição da newsletter só com perguntas dos leitores.

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    Leopoldo Rosa
    Por Leopoldo Rosa

    Leopoldo Rosa é jornalista com MBA em Mercado de Capitais pela UBS/B3 e em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Tem passagens por Globo, CBN, CNN e Abril.

    leopoldo.rosalino.ext@mmakers.com.br