8 reflexões após uma semana abençoada

Minha profissão me permite conversar e interagir com pessoas muito mais inteligentes do que eu e com histórias impressionantes de vida. E na última semana tive dias intensos neste quesito: mediei um papo com André Jakurski e Howard Marks, almocei com um dos maiores advogados do mercado de capitais brasileiro (e que em breve vocês verão no Market Makers), gravei alguns podcasts espetaculares e acompanhei palestras de grandes investidores.

Em meio a tudo isso, estamos passando por um momento de grande turbulência nos mercados e que pode gerar muitas transformações na configuração geopolítica – e isso se refletiu em maior volatilidade na bolsa, no câmbio e nos juros.

Com base em todas essas interações, trago na newsletter de hoje minhas conclusões do que está acontecendo no mundo e de como enxergo o cenário atual:

1) Você pode até entender o Trump, mas suas medidas estão trazendo grande incerteza e isso vai causar volatilidade

Quem disser que sabe o que acontecerá daqui pra frente e qual será o movimento do mercado com isso, ou está mentindo ou está mal informado. E onde há incerteza, há menos investimentos, seja do empresário, seja do investidor de ações.

2) Se o governo dos EUA não será mais excepcional, as suas empresas seguem brilhando

Alguns resultados divulgados de empresas como Microsoft seguem apontando um forte crescimento de receita destas já gigantes companhias. O que acontecerá com o lucro delas quando as melhorias vindas da inteligência artificial tornarem elas ainda mais eficientes? Não sou fã de comprar ações americanas nesses níveis de preço, mas entendo o investidor que segue carregando posições nessas empresas.

3) A tese “Brasil” é fácil de entender, mas…

Aqui, o call virou eleição, apesar de 15 meses antes da disputa. O mercado não quer a reeleição do Lula pelo desafio fiscal que teremos em 2027 (e que não soubemos endereçar neste mandato petista) e qualquer nome que vier da oposição entre Tarcisio, Zema, Ratinho Jr. ou derivados será bem vindo. Pela “binariedade” do evento, teremos muita volatilidade até lá e o resultado será determinante para o futuro do Brasil. 

4) Por que comprar bolsa?

Dito isso acima, a questão levantada por André Jakurski em painel da XP foi a seguinte: qual o interesse do investidor em comprar ações neste momento se ele pode receber na renda fixa um juro real na faixa de 9% a 10%? “O Brasil virou o país da renda fixa”, disse o gestor da JGP, afirmando que enquanto não houver fluxo para o Brasil, não há motivos pra bolsa subir, por mais barata que ela esteja.

5) Por que comprar bolsa!

Eu não tenho o mesmo horizonte que o Jakurski. Gestores multimercados precisam acertar o momento exato da compra para bater o CDI (que não é fácil) constantemente. Investidores de ações, como nós, têm o foco no longo prazo e, por isso, buscamos ótimas empresas a ótimos preços. E o momento atual é muito propício para isso! O fundo Market Makers está quase totalmente alocado em ações e os assinantes do M3 Club sabem quais são as nossas convicções na bolsa.

Aliás, eu e o Matheus vamos abrir nosso processo de investimentos no Bússola do Valor, que faremos nos dias 5, 7 e 11 de agosto. Além do nosso processo, vamos apresentar a tese de uma das nossas maiores posições da Carteira Market Makers. Tudo isso num evento online e 100% gratuito. E no último dia do evento, vamos reabrir algumas vagas do M3 Club. Clique aqui para garantir sua vaga no Bússola do Valor.

6) O que os milionários estão fazendo

Existe uma estratégia para quem quer se expor ao “call eleitoral” sem ir de peito aberto comprado em ações. Um dos cafés que tive esta semana foi com o fundador de um multi family office que atende mais de 50 famílias.

Como quase 80% da carteira destas famílias está em ativos internacionais, ele tem recomendado cerca de 10% da carteira em calls (opções de compra) de EWZ com vencimento no final de 2026. Quem acompanha nossos podcasts ouviu em janeiro o gestor Bruno Coutinho, da Mar Asset, falar dessa posição.

E recentemente Luis Stuhlberger também revelou ter essa posição no fundo Verde. A saber: algumas corretoras com conta internacional deixam você negociar na física estas opções. 

7) Lição do Moicano

“Eu não gosto de treinar, eu gosto de vencer. Da mesma forma que eu não gosto de ler, eu gosto de ficar mais inteligente”. Essa foi uma das várias lições extraí da conversa com Renato Moicano, lutador de UFC e grande estudioso dos ideais libertários.

Gravamos um podcast para o Sports Market Makers e que vai ao ar nesta quarta-feira. E olha, foi uma grande lição não só para os amantes de luta mas para quem valoriza a meritocracia. Fique ligado.

8) Lição pra vida

Morgan Housel esteve no Brasil semana passada e deixou uma super lição para nós: fique atento aos riscos existentes, mas tenha em mente que o maior risco virá exatamente daquilo que ninguém está esperando. Em outras palavras, saiba que sempre acontecerá algo que nem você nem ninguém esperava e que, por isso, vai causar um grande impacto no curto prazo nos mercados. Tenha isso em mente ao montar sua carteira – e, por que não, seus planos de vida.