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A Bolsa tem prêmio de risco negativo?

Uma discussão polêmica que surgiu aqui no Market Makers e que ecoou pelo mercado foi sobre a bolsa brasileira ter “prêmio de risco negativo” no longo prazo. Será?

Por caio.nascimento

24 Jun 2024 11h34 - atualizado em 24 Jun 2024 11h35

Uma discussão polêmica que surgiu recentemente aqui no Market Makers e que ecoou pelo mercado foi sobre a bolsa brasileira ter “prêmio de risco negativo” no longo prazo.

O prêmio de risco de ações (ou “ERP”, na sigla em inglês) é o retorno adicional que você espera ter das suas ações em relação a uma taxa livre de risco.

Em outras palavras, imagine que você tem duas opções para seu dinheiro: colocar o dinheiro num Tesouro Selic ou fundo DI — que é um investimento mais seguro e que vai acompanhar a Selic — ou investir em ações, que podem dar um retorno maior, mas são mais voláteis.

Se você escolher investir em ações, o prêmio de risco é como se fosse o “bônus” do que você espera ganhar além do retorno do investimento de baixo risco – que seria justamente para compensar o risco extra que está correndo. Em outras palavras: é o ganho extra que faz valer a pena enfrentar a possibilidade de perder dinheiro.

Pois bem. Há quem diga que o prêmio de risco da bolsa brasileira é historicamente negativo, o que na prática significa que se você escolher por investir em ações do Brasil, a tendência é que você ganhe menos do que se deixasse o dinheiro no investimento mais seguro que temos. A conclusão se dá pelo retorno da bolsa nos últimos anos vs o CDI.

Essa não é, no entanto, a opinião de Gustavo Constantino, fundador da Távola Capital, que recebemos no episódio #101 do Market Makers Podcast para falar sobre como sobreviver a esse cenário desafiador da Bolsa brasileira e captar oportunidades.

Constantino avalia que é um erro completamente absurdo do ponto de vista econômico falar que a bolsa tem carrego negativo e o investidor deve ficar short nela para carrego positivo.

Nas palavras do gestor da Távola:

“Quando você faz um investimento em ações, você está projetando um fluxo e você espera uma taxa de retorno para esse fluxo. Você vai estar comprando o papel a um preço de tela que te dê um retorno elevado, que vai ser o seu custo livre de risco, que é o juro, somado ao seu prêmio de equity. Logo, está no preço da ação que você compra aquele retorno embutido. Você não vai ganhar esse retorno de três formas: 1) você errou a sua projeção de fluxo ou a projeção foi modificada, 2) houve uma alteração do juro no caminho, gerando uma reprecificação, 3) a ação ficou mais barata, então se a sua projeção está transcorrendo da mesma forma e as expectativas não foram alteradas, você vai ganhar a taxa que você calculou e, se não ganhar, é porque ficou mais barato. Ou seja, não tem carrego negativo em bolsa e não ganha carrego quem fica short em bolsa. Está embutido no preço da ação uma rentabilização, uma apreciação de preço, para pagar tanto pelo componente de renda fixa (o risk free) quanto o prêmio de equity”.

Em resumo, só toma prejuízo quem errou nas projeções que fez sobre a empresa ou quem vende a ação no momento errado, especialmente se ainda acredita no potencial de longo prazo da empresa. Manter-se firme em momentos de queda pode evitar perdas e garantir que o retorno projetado seja alcançado.

O episódio #101 é uma aula para quem não aguenta mais ver, todo dia, a bolsa sofrendo sem gatilho para subir. Num papo de 1h40min, Salomão, Matheus e Constantino falaram sobre:

  • A filosofia de investimentos da Távola;
  • A paciência diante da queda frequente das ações;
  • A pergunta que não quer calar: esse é o pior momento da indústria de investimentos;
  • O que faria o fluxo voltar pra bolsa brasileira;
  • A tese da Orizon (ORVR3), a maior posição dele e que está barata mesmo após subir mais de 100% desde o IPO;
  • A falácia do prêmio de risco negativo;
  • Por que ele está comprado em Eletrobras, Copel, Eneva, Vibra e Petrorio;
  • Por que ele está “short” em Cemig e Transmissão Paulista.

ASSISTA AO EPISÓDIO #101

Aproveitando o espaço, o que você acha de se aproximar do Salomão e do Matheus Soares?

Além de apresentadores do podcast, eles são também analista de ações CNPI, com um suporte premium para os investidores da Comunidade Market Makers, um espaço de networking com investidores, recomendação de ações, carteira exclusiva para membros, cadeiras VIP em episódios e muito mais. Só clicar aqui e garantir sua vaga na abertura da Comunidade, que será em breve.

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