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A marmita do meu amigo e os seus investimentos

Uma lição importante sobre investimentos

Leopoldo Rosa

Por Leopoldo Rosa

17 Oct 2025 10h00 - atualizado em 14 Oct 2025 04h38

Um grande amigo recentemente me confidenciou uma estratégia para economizar com alimentação no trabalho.

Ele é adepto das marmitas e compra de um estabelecimento de tempos em tempos. Foi aí que ele decidiu fazer um “hedge”: travou o preço com o fornecedor e acertou uma compra de marmitas para o horizonte de um ano. Está travado e pago. Basta buscá-las semanalmente no local.

Considerando que a inflação dos alimentos estava em alta quando ele fez essa operação – e nada nos dizia que ela iria baixar – meu amigo fez um bom negócio. Certo?

Sim. Até a conversa que deu origem a essa newsletter. Ele começou a reclamar de ter “enjoado” da comida. O mesmo tempero, mais ou menos os mesmos ingredientes, todo dia, sempre igual, tal qual a Amélia da canção. 

E é aí que a gente tem uma lição importante sobre investimentos. 

Nem tudo em investimentos é sobre dinheiro. Mas também sobre prever possíveis adversidades – e emoções. 

O imprevisto da vez não era o preço da comida que poderia subir, mas o fato de aquele investimento (a comida) não agradar mais. Um revés do campo das emoções, não dos gráficos. 

Aliás, a questão das emoções e dos investimentos já rendeu muito estudo. No livro Psicologia Financeira, o autor Morgan Housel diz:

“Suas decisões financeiras estão muito baseadas nas suas experiências de vida. Pesa muito sobre suas escolhas, o local e a época em que você nasceu ou como foi sua relação com o dinheiro durante sua vida. Isso explica, por exemplo, por que famílias de baixa renda gastavam 4x mais do que as famílias ricas com bilhetes de loteria (US$ 400/ano vs US$ 100/ano).”

O assunto também é alvo de Michael Shermer, escritor e psicólogo, que diz que as perdas doem duas vezes mais do que a sensação boa gerada pelos ganhos. E a aversão à perda, comum aos humanos, impacta o investidor tanto na perda de capital, quanto na forma como se lida com o próprio dinheiro no presente e no futuro. Shermer é autor dos conhecidos O outro lado da moeda – A influência do fator emocional na sua relação com o dinheiro e Cérebro e crença

Bem, se a marmita do meu amigo fosse uma ação, ele já teria ido contra um dos ensinamentos mais conhecidos de Warren Buffett, que dizia “Não possua uma ação nem por 10 minutos, a menos que esteja disposto a possuí-la por pelo menos 10 anos”.

No fim, a lição que fica dessa anedota da vida real é que a gente não pode olhar para os investimentos apenas como números. Quando a gente analisa nossa participação em empresas, quando quer se tornar value investor de verdade, tem inúmeros fatores e variáveis a serem observados. 

Esse último ensinamento é do meu professor de value investing, Matheus Soares, sócio e analista do Market Makers, que está lançando seu primeiro curso de Value Investing Aplicado, pelo selo Market Makers Academy. 
Nessa primeira turma, há condições especiais para a inscrição. No botão abaixo você conhece mais sobre o curso e o que ele pode oferecer. Spoiler: evitar roubadas como a da marmita do meu (queridíssimo) amigo, aplicadas nos seus investimentos.

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Leopoldo Rosa
Por Leopoldo Rosa

Leopoldo Rosa é jornalista com MBA em Mercado de Capitais pela UBS/B3 e em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Tem passagens por Globo, CBN, CNN e Abril.

leopoldo.rosalino.ext@mmakers.com.br