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As ex-small caps da bolsa

As small caps de hoje são as large caps de amanhã

Por Renato Santiago

17 ago 2023 10h25 - atualizado em 17 ago 2023 10h25

Por definição, small caps são as ações de empresas com menor capitalização na bolsa. São as menores companhias em números absolutos, em unidades monetárias.

Não há regra oficial que define até quanto uma empresa pode valer para ser considerada uma small cap. O mercado, mais por costume que por critérios técnicos, considera small cap uma empresa que tenha até cerca de R$ 10 bilhões em valor.

Uma boa referência para isso é o índice Small Cap (SMLL), da B3. Esse índice reúne 117 companhias listadas, das quais 98 valem até R$ 10 bilhões, e sete mais de R$ 10 bi. A título de curiosidade: a menor ação deste índice é a Sequoia, que valia ontem R$ 167 milhões, e a maior é o Grupo Mateus, com R$ 16,7 bilhões.

Esta CompoundLetter, no entanto, não é sobre o que as small caps são, mas sobre o que elas podem se tornar. 

Não é exagero dizer que as small caps de hoje são as large caps de amanhã. Prova disso é o fato de que muitas das large caps de hoje foram small caps no passado. 

Vejamos a Weg, por exemplo. A companhia é uma das mais admiradas pelos gestores de fundos de ações e analistas com os quais eu converso. Sua lucratividade e a qualidade dos resultados são sempre elogiados pelos profissionais do mercado, na mesma medida que lamentam o preço da ação hoje — cara demais.

A Weg hoje é um colosso da bolsa, conhecida como fábrica de ricos. Com capitalização de mercado de quase R$ 158 bilhões, ela vale cerca de dez vezes mais que a companhia mais valiosa do SMLL — mas nem sempre foi assim. Logo depois de seu IPO, em 2000, a Weg valia R$ 730,4 milhões, ou 214 vezes menos do que vale hoje. 

Outro exemplo impressionante é o da Renner. Você consegue imaginar a rede como uma small cap? Pois em 2004, ela valia apenas R$ 217 milhões. A Ultrapar, empresa que já teve altos e baixos na bolsa, mas fez muitos gestores ganharem dinheiro, é mais um exemplo de ex-small cap. Com valor de mercado de mais de R$ 20 bilhões hoje, a empresa em 2000 valia apenas R$ 1,1 bilhão.

Esse potencial de multiplicação das ações de menor capitalização acontece por alguns motivos. O primeiro e mais óbvio é o próprio tamanho. Crescer é mais fácil para quem é pequeno que para quem já é grande. 

Por outro lado, por serem pequenas, essas ações são na maioria das vezes ignoradas por gestores institucionais com grande capital para investir, assim sua lucratividade demora a se transformar em aumento de preço na bolsa. Em terceiro lugar, temos a questão da liquidez. Por serem pequenos e ignorados por grandes fundos, esses papéis têm pouca liquidez, o que faz com que, mesmo se visto e considerado de qualidade por alguém, acabe ignorado por não haver “porta de saída“.

Saber quais large caps de hoje eram small caps no passado é fácil. Mas muito mais difícil — e mais lucrativo —, é saber quais as small caps de hoje vão multiplicar de valor até se tornarem large caps no futuro. Por isso, convidamos 9 especialistas nessa categoria de ações para responder a essa pergunta. E eles vão dar suas respostas na semana que vem, no Small Caps Masters, um evento online e gratuito do Market Makers.

O Small Caps Masters acontece entre 22 e 24 de agosto e você pode se inscrever clicando aqui. No evento receberemos Rodolfo Amstalden (Empiricus), Werner Roger (Trígono), Raphael Maia (Organon), Raphael Maisonnave (Tarpon), Camilo Marcantonio (Charles River), Gustavo Heilberg (HIX), João Braga (Encore) e César Paiva (Real Investor), além do nosso Matheus Soares. É um time estrelado. Praticamente todos os convidados já estiveram nos nossos programas e nas nossas lives falando sobre o mercado. Desta vez eles vão explicar por que as small caps guardam as melhores oportunidades da bolsa e em quais papéis eles apostam para entrar no time das large caps no futuro. Para se inscrever, é só clicar aqui.

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Por Renato Santiago

Jornalista, co-fundador do canal Market Makers e do Stock Pickers, duas vezes eleito o podcast mais admirado do Brasil. Passou por grandes redações do país, como o jornal Folha de S. Paulo e revista Exame, e atuou na cobertura de diferentes temas, de cotidiano até economia e negócios. Sua missão, hoje, é a de usar sua expertise editorial e habilidades de reportagem para traduzir o mundo das finanças e mercado financeiro ao grande público.

renato.santiago@empiricus.com.br