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Clube de ações: 5 pontos para entender

Embora menos complexos que fundos, os clubes são regulados pela CVM e registrados nas corretoras

Leopoldo Rosa

Por Leopoldo Rosa

20 Jun 2025 09h01 - atualizado em 11 Jun 2025 05h10

Falar de clube de ações ainda é um desafio: muita gente não entende e/ou não leva a sério. Já ouvi gente dizendo que “não é investimento de verdade”. Mas é. E tem regulação e leis específicas, inclusive.

É um instrumento coletivo de investimento direto em renda variável — com estrutura mais simples que um fundo e potencial de governança ativa. 

Vou destrinchar melhor nos nossos cinco pontos. Vamos a eles?

1. Estrutura jurídica simples, mas regulada

Embora menos complexos que fundos, os clubes são regulados pela CVM e registrados nas corretoras. A constituição jurídica é simplificada: 

  • com CNPJ próprio
  • com formalização via estatuto. 
  • não é necessário administrador fiduciário, o que reduz custos operacionais.

A CVM limita a 50 pessoas físicas por clube (o mínimo é 3) — e todos os cotistas devem estar plenamente identificados.

2. Clube de ações: Participação ativa e alinhamento estratégico

Diferente de fundos, onde o cotista tem papel passivo, os clubes permitem governança direta dos participantes.

O estatuto pode prever assembleias deliberativas, direito a voto e até comitês de investimento.

É uma estrutura que incentiva o alinhamento de horizonte e estratégia entre os cotistas, o que pode ser um diferencial em relação a fundos com cotistas pulverizados.

3. Tributação na pessoa física

O IR incide diretamente sobre as operações de cada cotista — como se fossem feitas individualmente.

Isso significa:

  • Isenção para vendas abaixo de R\$ 20 mil/mês, mesmo via clube;
  • Compensação de prejuízos entre meses permitida;
  • Responsabilidade pelo recolhimento é do cotista (com base em informes da corretora).

4. Estratégia focada em ações e pouca diversificação externa

A regulamentação exige que pelo menos 67% da carteira esteja em ações listadas.

O restante pode ser investido em outros ativos de renda variável, como BDRs, ETFs e FIIs — mas não é permitido investir em derivativos para fins especulativos.

O clube funciona melhor como veículo para tese de longo prazo em ações, com gestão disciplinada e controle de risco básico.

5. Menos escala, mais eficiência no Clube de ações

Clubes não têm taxas padronizadas como fundos. O gestor pode cobrar taxa de administração, performance ou operar de forma gratuita.

Isso permite:

  • Custo muito mais baixo por cotista;
  • Incentivo ao gestor alinhado com o grupo;
  • Eficiência em operações que exigem agilidade e menor burocracia.

Resumo da Ópera

Clubes de ações são veículos ágeis, regulados e com potencial de personalização estratégica. Embora com menor escala, oferecem transparência, controle e eficiência tributária, sendo uma alternativa viável tanto para formação quanto consolidação de estratégias em renda variável.

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Leopoldo Rosa
Por Leopoldo Rosa

Leopoldo Rosa é jornalista com MBA em Mercado de Capitais pela UBS/B3 e em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Tem passagens por Globo, CBN, CNN e Abril.

leopoldo.rosalino.ext@mmakers.com.br