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Clube de ações: 5 pontos para entender
Embora menos complexos que fundos, os clubes são regulados pela CVM e registrados nas corretoras

Falar de clube de ações ainda é um desafio: muita gente não entende e/ou não leva a sério. Já ouvi gente dizendo que “não é investimento de verdade”. Mas é. E tem regulação e leis específicas, inclusive.
É um instrumento coletivo de investimento direto em renda variável — com estrutura mais simples que um fundo e potencial de governança ativa.
Vou destrinchar melhor nos nossos cinco pontos. Vamos a eles?
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1. Estrutura jurídica simples, mas regulada
Embora menos complexos que fundos, os clubes são regulados pela CVM e registrados nas corretoras. A constituição jurídica é simplificada:
- com CNPJ próprio
- com formalização via estatuto.
- não é necessário administrador fiduciário, o que reduz custos operacionais.
A CVM limita a 50 pessoas físicas por clube (o mínimo é 3) — e todos os cotistas devem estar plenamente identificados.
2. Clube de ações: Participação ativa e alinhamento estratégico
Diferente de fundos, onde o cotista tem papel passivo, os clubes permitem governança direta dos participantes.
O estatuto pode prever assembleias deliberativas, direito a voto e até comitês de investimento.
É uma estrutura que incentiva o alinhamento de horizonte e estratégia entre os cotistas, o que pode ser um diferencial em relação a fundos com cotistas pulverizados.
3. Tributação na pessoa física
O IR incide diretamente sobre as operações de cada cotista — como se fossem feitas individualmente.
Isso significa:
- Isenção para vendas abaixo de R\$ 20 mil/mês, mesmo via clube;
- Compensação de prejuízos entre meses permitida;
- Responsabilidade pelo recolhimento é do cotista (com base em informes da corretora).
4. Estratégia focada em ações e pouca diversificação externa
A regulamentação exige que pelo menos 67% da carteira esteja em ações listadas.
O restante pode ser investido em outros ativos de renda variável, como BDRs, ETFs e FIIs — mas não é permitido investir em derivativos para fins especulativos.
O clube funciona melhor como veículo para tese de longo prazo em ações, com gestão disciplinada e controle de risco básico.
5. Menos escala, mais eficiência no Clube de ações
Clubes não têm taxas padronizadas como fundos. O gestor pode cobrar taxa de administração, performance ou operar de forma gratuita.
Isso permite:
- Custo muito mais baixo por cotista;
- Incentivo ao gestor alinhado com o grupo;
- Eficiência em operações que exigem agilidade e menor burocracia.
Resumo da Ópera
Clubes de ações são veículos ágeis, regulados e com potencial de personalização estratégica. Embora com menor escala, oferecem transparência, controle e eficiência tributária, sendo uma alternativa viável tanto para formação quanto consolidação de estratégias em renda variável.