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Quando o ambiente macro atropela o micro
Durante a minha ausência, o que mais tem me chamado atenção é como o mercado parece ignorar o momento micro de algumas empresas
Texto originalmente publicado na CompoundLetter, a newsletter do Market Makers. Inscreva-se na newsletter gratuitamente deixando o seu e-mail aqui
Depois de exatos 42 dias sem escrever uma newsletter, estou de volta! E não, eu não estava de férias, como eu imagino que alguns de vocês tenham suspeitado. O motivo principal da minha ausência no período tem nome e sobrenome: Comunidade Market Makers.
No dia 28 de setembro, data em que lançamos a Comunidade, eu assumi o compromisso mais legal da minha carreira como analista: compartilhar minhas ações preferidas a um seleto grupo de pessoas interessadas em acumular não apenas patrimônio, mas principalmente conhecimento no mercado financeiro.
Nosso carro-chefe é a Carteira de Ações Market Makers, que é onde manifestamos as nossas principais ideias de investimento em ações. Inclusive, temos um fundo de ações que se inspira nas recomendações da Carteira. Parte relevante do meu patrimônio e dos sócios do Market Makers está investido nele.
Para cada ação recomendada produzimos um relatório com os principais pilares da recomendação e uma apresentação ao vivo para que os membros da Comunidade questionem ou tirem suas dúvidas sobre as teses.
Além da Carteira, que hoje possui 8 empresas, eu e o Thiago Salomão também produzimos o curso “Do Zero ao Valuation na Prática” cujo objetivo é destrinchar absolutamente tudo o que você precisa saber antes, durante e após investir em uma ação.
Resumo da ópera: durante esses 42 dias, lançamos uma Carteira de Ações, um fundo que se inspira nessa carteira, soltamos 5 relatórios de recomendação, fizemos 5 apresentações ao vivo sobre empresas, lançamos a primeira parte do nosso curso de ações (a segunda vai ao ar ainda nesta semana), fizemos duas atualizações extraordinárias na carteira e ainda comentamos os resultados do 3º trimestre que mais nos chamaram atenção.
Aliás, quanto mais eu acompanho o resultado das empresas da nossa Carteira, mais eu percebo como o cenário macroeconômico tem se sobressaído sobre o operacional das empresas nas últimas semanas. Não importa o quão bem operacionalmente a empresa esteja e o quanto ela tenha superado as expectativas, quando a curva de juros sobe, não há lucro que ajude.
Talvez por ter ficado todo esse tempo olhando profundamente os números das empresas, eu consigo ver o quanto algumas delas têm entregado bons resultados sem que os preços de tela das ações tenham acompanhado. Pelo contrário, algumas ações até caem desde então.
Uma das empresas que, inclusive, aumentamos posição recentemente, entregou um lucro líquido 35% acima do 3º trimestre de 2021 com retorno sobre o capital investido (ROIC) anualizado acima de 20%, anunciou dividendos bem acima do que esperávamos e, apesar de ter reagido bem ao resultado, devolveu a alta e continua negociando bem abaixo dos pares a 8 vezes o lucro projetado para 2023.
Obviamente que o macro exerce enorme influência nos fundamentos de uma empresa, seja diretamente, no caso de uma empresa mais endividada, que certamente vai ver o seu lucro ser corroído pelas maiores despesas com dívidas, seja indiretamente, com a liquidez das ações sendo afetada pela contínua migração de recursos para a renda fixa.
Mas são justamente nesses momentos, onde o macro afeta todas as empresas como se todas elas fossem iguais, que surgem as melhores oportunidades de investimento.
É hora de treinar a paciência, mas só se tem paciência quando se sabe o que se está fazendo.
Clique aqui para fazer parte da Comunidade Market Makers.
Food For Thought:
Na última semana, soltamos um episódio emblemático sobre fraude financeira com Dan McCrum, repórter do Financial Times que desmascarou a Wirecard, empresa que chegou a valer 30 bilhões de euros antes de ser considerada uma fraude. Então, aproveito o ‘timing’ do episódio para recomendar um dos meus livros favoritos sobre o tema: FINANCIAL SHENANIGANS (BY HOWARD SCHILIT)