A maior beleza do mercado financeiro é permitir a seus agentes ganhar e perder dinheiro em qualquer condição. Esteja a economia bem ou mal, esteja a bolsa em alta ou em baixa, sempre tem um jeito.
Os dois gestores que trouxemos no episódio de ontem do Market Makers são excelentes exemplos disso. Ambos tiveram ótimas performances em 2022 com técnicas e estratégias muito diferentes entre si.
O primeiro é o Tiago Cunha, gestor do Ace Absoluto, um FIA que fez sua rentabilidade de 8,4% em 2022 (contra 0,8% do Ibovespa) com base em uma tese econômica, a da eletrificação – ou seja, o aumento na demanda de energia elétrica devido à percepção de queda no custo de geração, redução de emissões de carbono e avanço tecnológico na mobilidade e internet das coisas (a Ace explica a tese muito bem nesta carta).
A maior parte da carteira do Ace Absoluto, aproximadamente 40% do total, segundo Cunha, está nessa tese (iniciada em 2018, aliás), representada por ações da Sigma, uma produtora de lítio listada no Canadá, Cameco, uma mineradora de urânio e Weg, entre outras companhias.
O segundo convidado é Christian Faricelli, sócio e gestor de ações do Absolute Pace, um especialista em short selling. Em 2022, 60% da performance de 14% do fundo veio de shorts. Como esse é um assunto para o qual o mercado parece não ter muita maturidade, ele não citou nomes, mas só setores: bancos digitais, adquirência e e-commerce. Ouça e tire suas conclusões.
Faricelli não citou nomes, mas em compensação deu um verdadeiro manual do short: existem os shorts de assimetria de valor, o relativo entre pares, no qual você aposta que empresas semelhantes terão performances antagônicas (o famoso long and short) e aqueles baseados em condições externas, como vender uma ação devido a mudanças de legislação.
Para entender a tese da eletrificação e o manual do short, clique aqui. Não sabemos qual vai ser o seu preferido, mas temos certeza que você aprenderá muita coisa que pode te ajudar a ganhar dinheiro. Seja como for.