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George Soros e suas histórias (não tão) ocultas

A questão não é se você está certo ou errado, mas quanto dinheiro você ganha quando está certo e quanto você perde quando está errado

Leopoldo Rosa

Por Leopoldo Rosa

19 Sep 2025 16h33 - atualizado em 10 Sep 2025 04h40

George Soros

“A questão não é se você está certo ou errado, mas quanto dinheiro você ganha quando está certo e quanto você perde quando está errado”

George Soros

Imagina a história de um sobrevivente, imigrante que se torna aluno de um filósofo, forma-se em economia, quebra um banco e se torna uma das maiores referências globais no campo dos investimentos. 

A história de George Soros é interessantíssima. E uma lição sobre aposta, resiliência e visão de longo prazo: boas características para um investidor.

Mas tem histórias não tão conhecidas que revelam faces ainda mais instigantes do bilionário de 95 anos. Separei algumas delas para contar hoje. 

1. O sobrevivente que virou lenda

George Soros nasceu em 1930, em Budapeste, numa família judia que sobreviveu à ocupação nazista. No pós-guerra, foi para a Inglaterra e estudou na London School of Economics, onde foi aluno do filósofo Karl Popper (autor do livro The Open Society and Its Enemies).

Essa formação em filosofia política e economia iria guiar não apenas sua carreira nos mercados, mas também sua atuação como filantropo. Aliás, o livro de Popper deu nome à entidade filantrópica criada por Soros décadas depois. 

2. O investidor que desafiou países

Soros ficou mundialmente famoso em 1992, quando apostou contra a libra esterlina no chamado Black Wednesday.  Em 1990, o Reino Unido entrou no Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio), um acordo para manter as moedas europeias dentro de bandas de oscilação limitadas contra o marco alemão, preparando o terreno para a criação do euro.

A libra esterlina foi atrelada ao marco com uma margem de flutuação estreita.

Convencido de que o Banco da Inglaterra não conseguiria sustentar a moeda dentro do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio, Soros movimentou US$10 bilhões em posições vendidas — e ganhou cerca de US$1 bilhão em um único dia. Desde então, foi apelidado de “o homem que quebrou o Banco da Inglaterra”.

3. George Soros e a teoria da reflexividade

Ao contrário da visão clássica de que os mercados refletem a realidade, Soros acredita que eles moldam a própria realidade.

Segundo sua teoria da reflexividade, as percepções dos investidores influenciam preços, que por sua vez influenciam fundamentos econômicos, num ciclo que pode criar bolhas ou colapsos.

Esse conceito, segundo Soros, o ajudou a enxergar desequilíbrios e antecipar crises globais.

4. O filantropo da Open Society

Além dos mercados, Soros dedicou grande parte da fortuna a financiar a Open Society Foundations, que apoia iniciativas ligadas à democracia, direitos humanos, liberdade de imprensa e educação. Há inclusive iniciativas da entidade no Brasil em parceria com organizações locais.

5. Por que George Soros importa até hoje

Mesmo nonagenário, Soros segue sendo uma figura influente no debate público. Para investidores, sua história é um lembrete de que pensar diferente do consenso pode gerar retornos extraordinários, mas também riscos imensos.

Para o mundo político, ele simboliza a interseção entre capital, ideias e poder — mostrando como um único indivíduo pode impactar moedas, governos e instituições.

Ponto Extra

Para quem quiser se aprofundar no tema, indico dois livros: “O Mercado de Câmbio e a Crise Financeira Global”, de 2008, escrito por Soros. E “Soros: o Investidor Mais Influente do Mundo”, de Robert Slater. 

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Leopoldo Rosa
Por Leopoldo Rosa

Leopoldo Rosa é jornalista com MBA em Mercado de Capitais pela UBS/B3 e em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Tem passagens por Globo, CBN, CNN e Abril.

leopoldo.rosalino.ext@mmakers.com.br