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Investindo em ações fora da Bolsa

Empresas de private equity conseguiram entregar uma rentabilidade média de 20% a 25% ao ano, contra 12% de ganho anual médio do Ibovespa no período

Por caio.nascimento

03 Jul 2024 11h38 - atualizado em 03 Jul 2024 11h41

Os grandes retornos com ações nem sempre estão na Bolsa. Há diversos casos em que antes de uma empresa fazer IPO na B3 ela já entregou ganhos expressivos para investidores que aplicaram dinheiro nos estágios iniciais do negócio, até ela crescer exponencialmente a ponto de abrir capital.

Na oferta inicial de ações, muitas vezes, enquanto a pessoa física da Bolsa está comprando, esses investidores já venderam e ganharam (muito) dinheiro.

Esse é o private equity, uma forma de investimento que, se bem feita, gera retornos muito maiores que os da Bolsa. É uma maneira, inclusive, de o empresário obter capital para crescimento sem precisar recorrer a empréstimos bancários.

Uma pesquisa recente da Spectra, Insper e Abvcap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital) mostra que as gestoras que compram participações em empresas fora da Bolsa conseguiram um retorno de 5,8x (480%) com o valor investido nas últimas três décadas, configurando uma rentabilidade média de 20% a 25% ao ano, contra 12% de ganho anual médio do Ibovespa no período. 

“Os bons gestores, independentemente de comprarem o controle ou uma parte minoritária [de um negócio que não está na Bolsa], tentam ajudar a empresa a investir e ficar melhor para aumentar o valor do ativo e ter retorno. Nos EUA, nos últimos 20 anos, o retorno está entre 10% e 15% ao ano em dólares. Isso significa que o private equity rende, no longo prazo, 3% a 5% a mais que a bolsa americana. Essas são as grandes métricas para esse tipo de fundo lá fora”, disse Ricardo Kanitz, sócio e fundador da Spectra Investimentos, numa conversa com Thiago Salomão no episódio #107 do Market Makers Podcast.

A escolha do convidado para falar sobre esse assunto, aliás, foi cirúrgica, pois a Spectra é a maior gestora de investimentos alternativos da América Latina.

Num papo de uma hora e meia com Thiago Salomão, Ricardo falou sobre como ganhar dinheiro com algumas modalidades de investimento dentro do private equity, como esportes e biotecnologia.

Ricardo falou também sobre as perspectivas do private equity:

“Estamos vivendo um momento horrível para a indústria de investimentos como um todo diante do CDI alto. Mas a beleza do nosso mercado de investimentos alternativos é que os prazos são tão longos que nos força a pensar em termos mais espaçados também. Quando você vê a indústria em 10 a 30 anos, ela está crescendo. Se você olhar para o mercado lá fora, existe uma tendência secular da indústria de investimentos alternativos crescer absurdamente. Para você ter uma ideia, no meu primeiro emprego, em 2003, o nome alternativo vinha do fato de ser algo pouco relevante dentro da alocação do investidor. E hoje os endowments americanos investem de 40% a 50% em alternativas. Eu acho que essa macrotendência deveria acontecer no Brasil, como tem acontecido no mundo. Sou comprado na tese”

Neste episódio, você vai ouvir:

  • A trajetória de Ricardo Kanitz no mercado financeiro;
  • O que é e como funciona um fundo de Private Equity;
  • A evolução da Spectra Investimentos;
  • As diferenças entre Search Funds, Venture Capital e Private Equity;
  • As habilidades necessárias para investir num Private Equity;
  • A influência dos dados macro nas empresas brasileiras;
  • Como se comporta o investidor estrangeirto na bolsa brasileira;
  • Como ganhar dinheiro investimento em esportes e biotecnologia;
  • Perspectivas para os investimentos alternativas;
  • Indicações de livro, música e convidados.

ASSISTA AO EPISÓDIO CLICANDO AQUI

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Por caio.nascimento

caio.nascimento@mmakers.com.br