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Livros para você morrer antes de ler
Recomendar é fácil, “desrecomendar” nem tanto
Estávamos há 2 dias da gravação do primeiro episódio do Market Makers e o Salomão, na sua imparável vontade de inovar, levantou uma questão: além de uma indicação, o que mais poderíamos perguntar para os convidados sobre livros?
Pedir uma recomendação é algo bem comum e nossa paixão por compartilhá-las não vem de hoje.
Quem nos acompanha desde nosso antigo projeto sabe que lá havíamos criado uma biblioteca recomendada com mais de 150 títulos que iam de romances (Tai Pan, indicação de Luiz Alves Paes de Barros) a clássicos do mercado como O Mais Importante para o Investidor, do Howard Marks.
Como estávamos a poucos dias de começar um novo projeto, os brainstorms eram recorrentes. Após a provocação do Salomão, concluímos que tão importante como saber o que ler, é saber o que não ler, porque, afinal, ler é uma atividade que custa um dos bens mais preciosos que temos: o tempo. E, como tempo é dinheiro, deixar de ler um livro significa economia (em todos os sentidos).
E assim nasceu a ideia da anti-recomendação. Como já explicou Renatão com seu humor único: “livros para morrer antes de ler” — uma brincadeira com o clássico 100 Livros para ler antes de morrer.
A anti-recomendação não é necessariamente um livro ruim. Pode ser apenas um que frustrou o leitor por não entregar o que promete ou um “livro Rogério Ceni” (coloque no Youtube “rogério ceni milton leite” se não tiver captado).
Nossa maior dúvida após ter a ideia era se os convidados iriam aceitar abrir um “short” em algum livro. Recomendar é fácil, “desrecomendar” nem tanto.
Mas, para nossa surpresa, a ideia foi bem recebida desde o primeiro episódio e agora já temos até uma “anti-biblioteca” com um livro figurando em primeiro lugar na batalha dos menos recomendados. E já tem Long & Short (um convidado recomendou e o outro “desrecomendou”) também!
Nossos ouvintes mais assíduos já nos agradeceram por termos criado esse quadro especial, porque, segundo um deles, foi bom saber que não era só ele que não conseguia ler um dos livros mais elogiados dos últimos tempos sobre mercado.
Como uma das nossas funções no mercado é promover bons debates e reflexões, a anti-biblioteca está cumprindo muito bem essa função. Mas, sem mais delongas, vamos as “desrecomendações”.
Princípios, Ray Dalio (anti-recomendações: 3)
1. João Landau, da Vista Capital (episódio #01): “Eu tentei ler 3 vezes e não consegui. Tentei ler uma vez, mas não consegui. Tentei de novo, também não foi. Aí coloquei no áudio book para viajar e acabei desistindo antes de chegar na viagem e fui ver a paisagem”.
2. Raphael Maia, da Organon (episódio #03): “Eu gosto muito dele [Ray Dalio]. Assisto às palestras, TED Talks, mas achei que o Principles é um pouco repetitivo. O conceito é massante e não foi uma leitura tão agradável”.
3. Sara Delfim, da Dahlia Capital (episódio #04): “Eu não consigo dizer que eu gosto ou gostei do Princípios, do Ray Dalio. O cara é fantástico, mas não consigo fluir. Leio e paro. Não me cativa. Estou esperando um resumo do Anglo”.
Arriscando a própria pele: Assimetrias ocultas no cotidiano, Taleb (anti-recomendações: 1)
1. Gabriel Raoni, da IP Capital (episódio #02): “Eu acho mal escrito. O conceito é formidável. A gente aplica muito isso na IP. Ele [Taleb] tem a cabeça rápida e vai escrevendo tudo ali meio desorganizado. E às vezes você precisa de um artigo para entender o conceito. Então eu achei a ideia ótima, mas mal executada”.
Valuation – Como Avaliar Empresas e Escolher as Melhores Ações, Damodaran (anti-recomendações: 1)
1. Bruno Barreto, da IP Capital (episódio #02): “Esse é um livro que eu acho que é mais ‘overstated’ do que deveria ser. Eu me lembro quando entrei na IP me disseram que eu tinha que ler e eu não consegui ler inteiro. Li só as partes que eu achava interessante”.
Expectations Investing: Reading Stock Prices for Better Returns, Michael Mauboussin (anti-recomendações: 1)
1. Ciro Aliperti, da SFA (episódio #04): “Achei que ia ser mais legal. A mensagem é muito boa, mas talvez não precisaria ser um livro inteiro”.
O lobo de Wall Street, Jordan Belfort (anti-recomendações: 1)
1. Ciro Aliperti, da SFA (episódio #04): “Ganhei esse livro do meu pai há muito tempo e depois que comecei a ler achei muito bobo. O filme eu adorei, mas o livro eu não consegui nem terminar”.
O Capital no Século XXI, Thomas Piketty (anti-recomendações: 1)
1. Rodrigo Azevedo, da Ibiuna Investimentos (episódio #05): “Tem um ‘hype’ em torno desse livro, mas eu achei ele muito chato”.
Apesar de ainda estarmos no quinto episódio, Princípios, do Ray Dalio, já soma 3 “anti-recomendações”. E pelo que vimos até agora pelo Condado, parece que será difícil algum livro desbancá-lo.
Por outro lado, na nossa biblioteca, que agora conta com um livro sobre mercado e um de fora do mercado, já temos algumas indicações surpreendentes e, por incrível que pareça, O Mais Importante para o Investidor ainda não foi citado.
Se você chegou até aqui e deseja saber quais livros foram recomendados até agora no Market Makers, mande uma mensagem direta “eu quero receber a biblioteca Market Makers” no nosso Instagram e eu irei te mandar a nossa lista que em breve irá se tornar mais um dos bons projetos que estamos criando aqui.