Notícia
4min leitura
Market Makers FIA em abril
No ano, acumulamos +14,31%, acima dos +12,29% do Ibovespa

Abril foi um mês movimentado na carteira do Market Makers FIA — e positivo também. O fundo avançou +6,93% no mês, contra +3,69% do Ibovespa. No ano, acumulamos +14,31%, acima dos +12,29% do índice.
Nossa filosofia permanece a mesma: buscar empresas resilientes, lucrativas e que o mercado ainda não tenha precificado o seu real valor. Apesar da alta, seguimos muito otimistas com o nível atual de preços das ações da carteira. Ainda há assimetrias claras — e estamos posicionados nelas.
Lá fora, abril foi marcado por uma forte alta na volatilidade global, puxada pelo anúncio de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos no início do mês. O movimento inicialmente aumentou a aversão ao risco e levou a saídas relevantes de capital estrangeiro dos índices brasileiros — que, no entanto, foram rapidamente revertidas à medida que os investidores reavaliaram os possíveis vencedores e perdedores dessa nova fase da guerra comercial.
O Brasil, nesse cenário, continua sendo um dos relativos vencedores dentro dos mercados emergentes e também no mundo. Além de ser uma economia relativamente fechada e pouco afetada pelas novas tarifas, o país deve seguir se beneficiando tanto no curto quanto no longo prazo: primeiro, com o redirecionamento de fluxos globais que saem dos EUA em busca de novos destinos; depois, com a realocação de cadeias produtivas, à medida que multinacionais buscam diversificar suas bases de produção. A fraqueza recente do dólar também ajuda a reforçar esse movimento.
Após um mês de recuperação no apreçamento dos ativos, aproveitamos o momento para diversificar a carteira do Market Makers FIA.
Entramos em setores mais defensivos, como papel e celulose e energia elétrica, e reequilibramos o portfólio com nomes que oferecem boa previsibilidade operacional e múltiplos deprimidos. Também aproveitamos a queda de Vulcabras e Mills no início do mês para aumentar as posições — e reduzimos após a alta. Abril foi, sim, um mês mais ativo no trading.
Em maio, todas as empresas da carteira do Market Makers FIA divulgarão os resultados do 1º trimestre de 2025. Será, portanto, um mês agitado por aqui, no qual estaremos dedicadas à cobertura dos resultados e participação nas teleconferências.
Semana passada a Irani divulgou resultado e ontem foi a vez da Vulcabras, presente na nossa carteira desde o primeiro dia, divulgar um excelente resultado. Fique abaixo com os meus comentários sobre os resultados:
Irani (RANI3): resultado acima do esperado
A Irani, também do Market Makers FIA, entregou um trimestre sólido, superando nossas expectativas. A receita líquida foi de R$423 milhões, com crescimento de volume e preço em todos os segmentos. O EBITDA ajustado foi de R$136,2 milhões (margem de 32,2%) — acima da nossa estimativa de R$121 milhões. O lucro líquido surpreendeu ainda mais: R$60,8 milhões, contra nossa projeção de R$43 milhões.
Mas talvez o dado mais relevante tenha sido a inflexão do ROIC, que subiu de 10,8% no 4T24 para 11,3% no 1T25. Após quase três anos de queda, a geração de valor voltou a crescer, e o spread sobre o custo da dívida avançou para 3,9 p.p. Essa reversão mostra que os investimentos feitos na Plataforma Gaia começaram, enfim, a aparecer na rentabilidade da companhia.
Market Makers FIA – Vulcabras: mais um trimestre forte, acima da nossa expectativa e do consenso de mercado
A receita líquida cresceu 17% na comparação com o 1T24, totalizando R$701 milhões — um avanço acima do já robusto +15% a/a registrado no 4T24. Do total, 96% vieram do mercado interno (+19% a/a), enquanto as receitas com exportações seguiram em queda (-13% a/a), perdendo relevância no mix. O número veio 5% acima da nossa estimativa e 3% acima do consenso, consolidando o 19º trimestre consecutivo de crescimento.
O e-commerce manteve sua trajetória de expansão acelerada, com faturamento de R$118,4 milhões (+54% a/a), que já representa 17% da receita líquida (vs. 13% no 1T24).
Mais do que crescer receita em dois dígitos altos — com +5,6% de crescimento em volume e +11,8% em preço, fruto da capacidade de repasse dos custos — a Vulcabras conseguiu manter a margem bruta estável em 40,2%, mesmo diante de pressões relevantes: (i) aumento dos encargos trabalhistas, (ii) reajuste do salário mínimo com ganho real expressivo e (iii) absenteísmo ainda acima dos níveis históricos, embora abaixo do trimestre anterior.
O lucro bruto alcançou R$281 milhões (+18% a/a), vindo 6% acima da nossa projeção e 4% acima do consenso. Já as despesas com vendas, propaganda e marketing subiram 21% a/a, para R$134 milhões, pressionadas principalmente pelo avanço do e-commerce. Com isso, a margem EBITDA recuou levemente, de 20,5% para 20,0%, em linha com nossas estimativas, totalizando um EBITDA de R$140 milhões (+15% a/a).
No fim da linha, o lucro líquido foi de R$106 milhões (+20% a/a), beneficiado pelo crescimento de receita, margens estáveis e alíquota de IR menor (5% no 1T25 vs. 9% no 1T24).
Do lado do caixa, a Vulcabras gerou R$171 milhões de fluxo de caixa operacional, o equivalente a 121% do EBITDA, e investiu R$46 milhões em capex (contra R$30 milhões no 1T24), reiterando a expectativa de investir mais em 2025 do que em 2024, quando investiu R$ 200 milhões.
Mesmo com o aumento dos investimentos, a empresa:
- Distribuiu R$ 101 milhões em dividendos no trimestre (yield anualizado de 9%);
- Recomprou R$ 11 milhões em ações;
- E amortizou R$83 milhões em dívida.
Ainda assim, terminou o trimestre com posição de caixa líquido positiva em R$10 milhões e um ROIC anualizado de 29%.
Vulcabras segue entregando os melhores resultados do setor varejista — e ainda negocia a um P/L de apenas 8x o lucro estimado para 2025.