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Medindo governabilidade com hortaliças

Por Renato Santiago

21 Oct 2022 15h17 - atualizado em 24 Oct 2022 02h15

Texto originalmente publicado na CompoundLetter, a newsletter do Market Makers. Inscreva-se na newsletter gratuitamente deixando o seu e-mail aqui!

Liz Truss renunciou ontem ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, após 45 dias no cargo. Sua governabilidade, no entanto, durou o mesmo que um pé de alface dura na prateleira de um mercado.

Medir o tempo de governabilidade de um premiê usando a duração de hortaliças, infelizmente, não foi ideia nossa. Só poderia ser obra do humor britânico — no caso, da Economist, que publicou o seguinte na semana passada (13):

“Tirando os dez dias de luto pela morte da rainha Elizabeth 2ª, ela [Liz Truss] esteve no comando por sete dias. Esse é aproximadamente o prazo de validade de um pé de alface“.

Após a publicação, um tablóide abriu uma live no YouTube que transmitia as imagens de um porta-retrato com a foto de Truss ao lado de um pé de alface. O título perguntava quem duraria mais. E quem ganhou foi a alface, já que a primeira-ministra renunciou antes da hortaliça apodrecer.

Liz Truss renunciou ontem ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, após 45 dias no cargo. Sua governabilidade, no entanto, durou o mesmo que um pé de alface dura na prateleira de um mercado.

Medir o tempo de governabilidade de um premiê usando a duração de hortaliças, infelizmente, não foi ideia nossa. Só poderia ser obra do humor britânico — no caso, da Economist, que publicou o seguinte na semana passada (13):

“Tirando os dez dias de luto pela morte da rainha Elizabeth 2ª, ela [Liz Truss] esteve no comando por sete dias. Esse é aproximadamente o prazo de validade de um pé de alface“.

Após a publicação, um tablóide abriu uma live no YouTube que transmitia as imagens de um porta-retrato com a foto de Truss ao lado de um pé de alface. O título perguntava quem duraria mais. E quem ganhou foi a alface, já que a primeira-ministra renunciou antes da hortaliça apodrecer.

A governabilidade de Truss foi por água abaixo no dia 23 de setembro, quando seu ministro da economia, Kwasi Kwarteng, anunciou um plano de US$ 48 bilhões em cortes de impostos e subsídios energéticos sem dizer de onde o dinheiro para tal viria, o que resultou na alta de quase um ponto percentual nos juros exigidos por credores ao governo local.

A derrota de Liz Truss para uma hortaliça é, até o momento, o mais tragicômico capítulo da guerra que o mundo desenvolvido vem travando contra a inflação, sem sucesso. No episódio do Market Makers que foi ao ar ontem, falamos bastante sobre isso: por que os estrangeiros estão patinando tanto na hora de lidar com a inflação?

A resposta está na força do hábito, na memória muscular e nos modelos que não voltam no tempo o suficiente.

“No Brasil, você fala de inflação com taxista. Lá fora nem o gestor de fundos sabe o que é isso”, disse no episódio o Andrew Reider, da WHG. A opinião é a mesma de Thiago Melzer, da Upon, o outro convidado. “No exterior, temos duas gerações de traders que não sabem nem onde fica o botão de vender bonds”, diz.

Para ouvir o episódio completo, clique AQUI.

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Por Renato Santiago

Jornalista, co-fundador do canal Market Makers e do Stock Pickers, duas vezes eleito o podcast mais admirado do Brasil. Passou por grandes redações do país, como o jornal Folha de S. Paulo e revista Exame, e atuou na cobertura de diferentes temas, de cotidiano até economia e negócios. Sua missão, hoje, é a de usar sua expertise editorial e habilidades de reportagem para traduzir o mundo das finanças e mercado financeiro ao grande público.

renato.santiago@empiricus.com.br