Notícia
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O desafio de mudar sem perder a nossa essência
Estamos empolgados com os planos que virão ano que vem
Well, I guess this is growing up
(Blink 182 – Dammit)
Empresas são feitas por pessoas. São elas que fazem toda diferença em uma empresa. Pessoas diferentes em empresas parecidas provocam resultados completamente diferentes, foi a lição mais marcante que tive da conversa com o Francisco Utsch, da Kiron Capital, no episódio 71 do MMakers.
Ora, se empresas são pessoas e pessoas estão em constante transformação, logo empresas também passarão por mudanças, mesmo com as mesmas pessoas.
Me peguei pensando nisso enquanto refletia sobre nosso novembro: foi um mês excepcional não só na audiência dos nossos canais (youtube + podcast), mas também pelo resultado da nossa carteira: o Market Makers FIA entregou 12,8% de rentabilidade em novembro (vs 12,5% do Ibovespa). No ano, o fundo rende 28,3%, contra 16% do Ibovespa.
Aliás, um adendo: meses como foi novembro mostram a beleza da renda variável e escancaram também como a impaciência do investidor joga contra ele próprio: afinal, em um mês o Ibovespa entregou o retorno do CDI de um ano inteiro, e isso sem nenhum “gatilho óbvio”. Fiquei pensando na quantidade de investidores que já me disseram que “só iriam pra bolsa quando as coisas melhorassem” …
Essa tentativa de fazer “market timing” (que seria comprar a bolsa na hora certa) é falha e existe uma estatística que comprova isso, que o Felipe Miranda relembrou na última coluna dele na Exame: o Ibovespa subiu 541% em 20 anos, mas se retirarmos os 10 melhores dias desse intervalo, o avanço cai para 142%.
Como adivinhar quais serão esses pregões? A resposta é: não tem como. A solução é estar sempre posicionado em ações. Tão simples quanto isso. Está mais confiante? Tenha um percentual maior da carteira em ações. Está menos confiante? Tenha uma fatia menor. Mas sempre tenha um pedaço ali.
O insight acima talvez seja útil, mas não era esse o foco desta CompoundLetter. Comecei o texto falando sobre transformação de pessoas e de empresas, pois vejo o Market Makers no meio deste processo. Não sei o quão perceptível isso fica da porta pra fora, mas nas nossas interações internas isso está cada vez mais evidente.
Talvez a forma mais fácil de explicar essas mudanças é com uma frase que temos ouvido com certa frequência, que não chega a ser uma crítica mas denota uma percepção de mudança: “vocês estão mais sérios”.
Esse tipo de comentário voltou a aparecer com mais frequência depois da live que fizemos quinta passada com o ex-presidente Michel Temer.
Eu percebo essa mudança, mas vejo que ela acontece respeitando a principal razão de existir do Market Makers, que é: dar ao investidor comum a mesma qualidade de informação e de acessos que somente o investidor profissional tinha acesso.
Sempre tivemos esse objetivo e ele era cumprido através das nossas interações com os gestores de fundos. Mas ao longo do processo percebemos o quanto podemos aprender ouvindo histórias de empreendedores, de CEOs de empresas, de grandes lendas do mercado e até mesmo de presidentes da República.
São aprendizados que fogem daquela obviedade do “é pra comprar ou pra vender tal ativo” que conseguimos ter com gestores de fundos, mas que podem aprimorar nossa forma de enxergar empresas ou entender negócios, auxiliando inclusive no Market Makers como business.
Peço desculpas pelo clichê de citar Warren Buffett, mas essa frase dele se encaixa perfeitamente nisso: “sou um investidor melhor porque sou um homem de negócios e um homem de negócios melhor porque sou investidor”.
Além de “podcasters + analistas”, somos donos de uma empresa, com funcionários que dependem do sucesso dela e com clientes que confiam em nós. Isso traz uma responsabilidade que eu adoro enfrentar, é como se alguém estivesse dizendo “Salomão, eu confio em você”, e isso me dá energia para entregar o melhor conteúdo possível ou a melhor ideia de investimento de volta para essa pessoa.
Começamos dezembro com uma audiência nos canais que nunca tivemos antes e com 70% a mais de cotistas no Market Makers FIA do que tínhamos em setembro. Agradecemos o voto de confiança e seguiremos com a mesma missão que temos desde o 1º dia de empresa: trazer aos nossos ouvintes/espectadores um conteúdo que somente os profissionais tinham acesso.
A criação de novos formatos de conteúdo, como o programa Mercado Aberto, onde eu e meu sócio Matheus destrinchamos algum assunto específico do mercado, vai em linha com isso. Neste dia que publico esta newsletter, mais um conteúdo novo será lançado. E muitas outras ideias virão em 2024.
Estamos empolgados com os planos que virão ano que vem. Um pouco mais sérios, porém empolgados.
Bom, eu acho que isso é crescer.