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Não é por que é clichê que é mentira
A bolsa está realmente barata e o bull market mal começou
Depois de três episódios falando sobre inflação, juros, política e até petróleo, resolvemos fazer um programa raiz: duas horas com gestores de fundos de ações, falando sobre suas filosofias de investimentos, suas visões para o momento atual da bolsa, teses e papéis — muitos deles.
De quebra, ainda tivemos nosso analista, o Matheus Soares, revelando a nova ação que entrou na carteira Market Makers.
Invejosos dirão que estamos chegando tarde ao bull market, já que a bolsa subiu 21% desde seu pior momento no ano, em 22 de março. A eles diremos duas coisas. Em primeiro lugar, não se esqueçam que quando chegamos aqui tudo era mato; em segundo, a bolsa ainda permanece barata, segundo os convidados do programa, Beatriz Fortunato, da Studio, e Gustavo Heilberg, da Hix.
Ouvir de gestores de ação que a bolsa está barata acontece sempre. E isso não é uma crítica, estou apenas reconhecendo o compreensível viés de quem vive exatamente de encontrar ativos mais baratos que o preço justo.
Nas palavras da própria Beatriz, “virou clichê, de um ano e meio para cá, dizer que a Bolsa está barata, mas não é porque é clichê que não é verdade”, diz. Sua convicção vem do momento do ciclo da inflação. “O bear market começou por causa do aperto monetário causado pela inflação, e vai terminar por causa da inflação também. Já vimos sinais disso nos últimos meses. O bear market vai terminar com a inflação arrefecendo”, afirma. Em sua última ata, o Copom já mostra possibilidade de reduzir a taxa básica de juros na próxima reunião.
Além desse ciclo macro, ela também aponta outro problema que as empresas da Bolsa viveram, mas agora não têm mais: a pandemia. Para ela, o ciclo empresarial não foi bom, e isso se refletiu nos resultados dos anos seguintes. As quebras de expectativas de resultados não foram poucas. “As mudanças de padrão de consumo com a covid fizeram muitas empresas tomarem medidas empresariais erradas. Veja o que aconteceu com o e-commerce, por exemplo. Eram vistos como os grandes ganhadores e agora estão quase todos quebrados”, explica.
Teses
Neste programa (assista aqui) fizemos questão de debater muitas teses de investimento. O Gustavo Heilberg explicou por que neste momento está voltado mais para as small caps, que sofreram muito devido às vendas forçadas — por sua vez causadas pelos saques em massa dos fundos de ações — e deu sua tese sobre o setor agro (3 Tentos, Vittia e Boa Safra), além de Eneva. Completando a “carteira” do programa, a Beatriz falou sobre Rumo, SmartFit, Iguatemi e Aliansce Sonae, e o Matheus explicou a nova tese sobre Tupy. O episódio #51 está imperdível.