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O ciclo do atraso brasileiro: reforma, contrarreforma e implosão
Entenda a história dos ciclos político-econômicos no Brasil e seus impactos na economia do país
A história político-econômica do Brasil nas últimas décadas é formada por repetições de um mesmo ciclo:
REFORMA > CONTRARREFORMA > IMPLOSÃO > REFORMA
As coisas vêm sendo assim há muito tempo. Voltemos aos anos 1960.
Entre 1964 e 1967, uma série de reformas foi introduzida no Brasil, quando criamos um Banco Central com uma diretoria independente e mandato fixo. Essas mudanças não foram seguidas de um crescimento imediato, mas bastou que as condições internacionais melhorassem para sermos brindados com o que ficou conhecido como milagre brasileiro (1968 a 1973).
Como alegria de país subdesenvolvido (termo da época) dura pouco, logo veio um choque do petróleo, e o regime, buscando uma legitimidade que as urnas não lhe davam, partiu para a contrarreforma. Foi um festival de más ideias que vão de juros subsidiados a regimes diferenciados de câmbio, passando pela criação de uma indústria naval brasileira na marra.
O objetivo era crescimento, mas o resultado foi endividamento. E a década de 1980 acabou perdida, ou implodida do ponto de vista do crescimento. Tudo isso levou a uma série de ações que culminou com a criação do Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O ciclo se fechou: reforma, contrarreforma, implosão e reforma. Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro mandato, foi quem colheu o crescimento que real e LRF, junto a um melhor cenário internacional, trouxeram.
Era hora da contrarreforma, que veio a partir da crise financeira de 2008, com um novo festival das mesmas más ideias, agora batizado de Nova Matriz Econômica. O ciclo seguiu com reformas importantes, como a trabalhista e a da previdência, realizadas a partir do governo Michel Temer.
Já deu para entender onde quero chegar?
Os ciclos anteriores ensinaram ao Brasil que reformas geram crescimento tão logo o mundo dê as condições para que possamos colher seus frutos. E os benefícios das últimas reformas, realizadas de 2016 para cá, ainda não foram colhidos. Com a reabertura chinesa e o iminente fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos, será que esse momento chegou?
A possibilidade é real, segundo o Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde, com quem conversamos em um episódio bônus do Market Makers que já está no ar. Desde o início de nossa jornada por aqui, e na outra encarnação, já conversamos cinco vezes com o Daniel e ele nunca esteve tão otimista quanto hoje.
“Eu acho que o cenário internacional vai ser mais benigno para o Brasil à frente e vamos voltar para o movimento pendular em que, depois de uma agenda de reformas importantes, se o cenário internacional ajudar, o crescimento brasileiro pode surpreender para cima”, diz Daniel.
Para ouvir nossa conversa completa, clique aqui.