Notícia

4min leitura

O índice que pode ser um gatilho para a alta da Bolsa

'Estimamos que, dentro do índice de mercados emergentes, o Brasil vai virar de 4,3% para 4,8%. Isso significa um inflow de US$ 5 bilhões para o Brasil. '

Por caio.nascimento

22 Jul 2024 16h44 - atualizado em 22 Jul 2024 04h47

No episódio #113 do Market Makers Podcast, a COO do Morgan Stanley na América Latina, Marília Carvalho, trouxe uma visão para lá de importante sobre o futuro do Banco Central, as mudanças no cenário de crédito no Brasil, como o setor financeiro local se destaca mundo afora pela resiliência e inovação e o que pode fazer o mercado de renda variável voltar a subir.

Trago abaixo 5 motivos para você assistir a esse episódio, que teve como apresentadores o Thiago Salomão e a especialista em investimentos Ana Laura Magalhães, que entrou para o Forbes Under 30 Brasil como uma das maiores comunicadoras de finanças do país.

1) O que pode fazer o mercado subir

Marília trouxe uma visão interessante, explicando um gatilho de alta para a Bolsa ainda pouco citado: o índice MSCI (Morgan Stanley Capital International). Trata-se de uma família de índices que mede o desempenho de mercados de ações em várias regiões e países ao redor do mundo.

Existem vários tipos de índices MSCI, cada um focado em diferentes regiões, tamanhos de empresas e temas de investimento.

Marília Carvalho: “O valuation da Bolsa está muito baixo. Talvez seja, dos mercados relevantes em mercados emergentes, o mais barato no momento.

Estamos esperando catalisadores para entrar no Brasil, como o corte da taxa de juro do Fed, que o Morgan Stanley avalia que acontecerá em setembro. [Acreditamos que] vai cortar 25 basis points por reuniões até junho de 2025. Isso obviamente pode ser um ponto positivo que vai dar um boost para o mercado de renda variável. Além disso, a situação fiscal é super importante aqui: notícias positivas do lado fiscal podem ser um trigger para a subida da Bolsa brasileira e a volta dos IPOs.

Outro ponto é a mudança do presidente do Banco Central. Tem que continuar independente e com autonomia. Destaco ainda o índice de MSCI, que no final de agosto vai ter o rebalanceamento e vão incluir empresas que estão listadas fora do Brasil. Estimamos que, dentro do índice de mercados emergentes, o Brasil vai virar de 4,3% para 4,8%. Isso significa um inflow de US$ 5 bilhões para o Brasil. É um ponto positivo e não sei se está no radar de todo mundo. Estamos no aguardo deste catalisador.”

2) O uso da inteligência artificial pelos bancos

A colaboração entre a Morgan Stanley e a OpenAI visa otimizar as recomendações de pesquisa para clientes, tornando-as mais precisas e relevantes. Isso permite que os agentes autônomos se concentrem em aspectos estratégicos do atendimento ao cliente.

Neste sentido, a COO do Morgan Stanley explica que o programa implementado em 2023 ajuda a resumir discussões e follow-ups, aumentando a eficiência dos agentes autônomos no gerenciamento de clientes. Isso libera tempo para focar no mais importante: relacionamentos.

3) A força do mercado de crédito no Brasil

O mercado de crédito brasileiro tem se fortalecido significativamente, oferecendo alternativas para empresas acessarem capital. Isso tem permitido que companhias (listadas ou não na B3) tenham mais liquidez e oportunidades de crescimento.

Para você ter uma ideia, o volume de emissões de bonds do Brasil no mercado internacional é relevante, com cerca de US$ 25 bilhões, o que é superior a outros países da América Latina. Esse montante mostra a força do mercado local em comparação com mercados emergentes.

As empresas brasileiras têm a opção de acessar o mercado de crédito local em vez de realizar IPOs, especialmente quando a bolsa está instável. Essa flexibilidade oferece mais opções de financiamento para as empresas.

4) Ninguém cresce no setor financeiro sem construir um excelente relacionamento com os clientes

Domínio técnico é fundamental no setor bancário. Mas, conforme você avança na carreira, a construção de relacionamentos se torna um diferencial importante para o crescimento dentro de uma instituição financeira.

A confiança dos clientes é fundamental, pois sem ela, não há possibilidade de executar transações importantes que impactam suas carreiras. Isso requer um compromisso genuíno em ajudar.

5) Uma mulher para se inspirar

A inclusão num ambiente, hoje, muito masculino é fundamental. Por parte das mulheres, é necessário construir conexões e buscar inspirações como Ruth Porat, que é hoje a maior inspiração corporativa de Marília Carvalho.

Ruth Porat é tida como a mulher mais poderosa do Vale do Silício. Ela é ex-vice-presidente financeira do Morgan Stanley. Após 15 anos na instituição financeira, assumiu cargos executivos na Alphabet, dona do Google.

Ela é citada por Marília como exemplo de sucesso, tendo feito uma transição de carreira significativa, mostrando que é possível alcançar altos cargos em grandes empresas.

Compartilhe

Por caio.nascimento

caio.nascimento@mmakers.com.br