
“Tanto otimistas quanto pessimistas contribuem para a sociedade. O otimista inventa o avião, o pessimista o paraquedas” (George Bernard Shaw)
”Você deve guardar dinheiro como um pessimista e investir como um otimista” (Morgan Housel)
O Brasil está em crise, e não sabemos quando nem como vamos sair dela.
Essa frase é tão repetida que podia estar na bandeira nacional. Raro em nossa história são os momentos em que ela não faria sentido.
Sim, temos sérios problemas e nosso podcast tem exposto vários deles: não bastasse o iminente desafio fiscal que enfrentaremos, estamos sofrendo com uma piora institucional em grande escala, trazendo imprevisibilidade nas tomadas de decisões jurídicas e cumprimentos de contratos. Isso sem contar a falta de habilidade diplomática, que tem nos colocado em uma má posição geopolítica.
Mas há por aí um “Brasil que tem dado certo” em diferentes esferas e que nós, talvez por estarmos olhando tão de perto para os problemas, não percebemos a magnitude destas transformações.
Foi com isso que fui brindado nesta última semana – nos podcasts do Market Makers e fora dele – e que quero compartilhar com todos os três leitores desta newsletter.
Fazendo um breve “túnel do tempo”, a quantidade de reformas que conseguimos avançar em pouquíssimo tempo de governo Temer e durante o governo Bolsonaro pode ajudar a explicar por que nosso PIB tem constrangido consistentemente os economistas que não esperavam tal crescimento.
Num painel no Agrofórum, evento do BTG Pactual, André Esteves e Mansueto Almeida relembraram algumas dessas medidas:
- Reforma da Previdência. Essencial para a sustentabilidade fiscal.
- Reforma trabalhista. Flexibilizou o mercado e ajudou a reduzir o desemprego estrutural.
- Marco do saneamento. Finalmente, investimento privado entrando em um setor historicamente travado.
- Independência do Banco Central. Hoje ela mostra sua força: juros altos demais, sim, mas com total autonomia para combater a inflação.
- Mercado de capitais fortalecido. Em 2016, o Brasil levantava R$ 110 bilhões por ano via mercado de capitais. Hoje, são R$ 800 bilhões. Isso significa menos dependência de BNDES e mais eficiência na alocação de recursos.
- Privatizações. Eletrobras, Copel, Sabesp — casos simbólicos de uma mudança na forma como o País enxerga empresas estatais.
O resultado: o PIB cresce acima das projeções nos últimos 4 anos. E o desemprego, que sempre oscilou entre 9% e 10%, tem se mantido perto de 6% a 7% (aqui vale uma ressalva dos impactos oriundos do aumento dos programas sociais, tanto no governo anterior quanto no atual).
Nossos últimos episódios também têm trazido um sopro de esperança em algumas agendas micro:
Recebemos recentemente o Secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, que mostrou como uma gestão focada em “responsabilização” tem trazido resultados ao sistema de ensino do estado. Fiz até um resumo no meu twitter sobre este episódio, vale a pena ler.
Mais recente, tivemos uma conversa inspiradora com Ratinho Jr, que como governador do Paraná tornou-se um dos mais bem avaliados políticos do Brasil e figura como provável candidato à Presidência em 2026. Ele, junto com outros nomes como Zema, Tarcisio e Leite, representam novas lideranças que podem mudar a cara do tão desgastado quadro político brasileiro.
E o que dizer sobre a temporada de resultados trimestrais das empresas? Absurdo como muitas companhias investidas por nós têm conseguido manter a consistência operacional a despeito de todo ambiente aparentemente desfavorável.
O lado bom do empresário brasileiro é que vivemos muito mais tempo em crise do que em bonança. Tocar o negócio sem ter um vento a favor já faz parte da rotina.
O meu sócio Matheus preparou para os assinantes do M3 Club um relatório sobre os resultados de todas as empresas da Carteira Market Makers, mostrando o que o mercado esperava que fosse reportado e o que elas de fato divulgarem. Ele também trouxe os principais destaques da teleconferência de resultados e seu parecer final sobre cada uma delas. Trabalho impecável e que tem “dado dinheiro”.
(O relatório é exclusivo para membros do M3 Club, nossa fraternidade de investidores. Aproveite que reabrimos ela para novos membros e fale com os nossos especialistas: o link está aqui).
Não confunda otimista com ingenuidade: sim, temos problemas sérios e latentes, basta ver nossa taxa de juros absurdamente alta, reflexo de um desarranjo fiscal que não tem data para ser resolvido.
Mas há um lado bom do Brasil que pode estar passando despercebido pelos seus olhos – e também pelo seu capital.
E com pessoas cada vez mais preparadas e dispostas para enfrentar esses problemas, podemos finalmente sonhar com um Brasil melhor.
Que esta mensagem traga um ar de esperança a todos os três leitores desta newsletter. Embora a próxima capa de jornal possa trazer o pessimismo de volta.
Obrigado, Carlos: antes de me despedir, compartilho com você a mensagem que fez meu fim de semana, meu mês e quiçá o meu ano. Carlos compartilhou comigo que acompanha meu trabalho desde o 1º episódio do antigo Stock Pickers, em abril de 2019. Na época, ele tinha R$ 10 mil na poupança. Hoje, ele comemora ter alcançado o 1º milhão de reais investido.
É gratificante saber que, de alguma forma, nós colaboramos com a evolução financeira das pessoas através da propagação do conhecimento. Sem falsa promessa, sem “mapa do tesouro”, apenas com educação.
Obrigado, Carlos.