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O maior erro de Druckenmiller

Até mesmo os maiores traders erram na bolsa

Josué Guedes

Por Josué Guedes

05 Jul 2023 14h37 - atualizado em 05 Jul 2023 02h40

O maior erro de Druckenmiller

Stanley Druckenmiller é sem dúvida um dos maiores traders da história.

Apesar da sua genialidade como investidor render várias boas histórias sobre grandes tacadas e lições sobre como ganhar dinheiro no mercado, o seu maior erro é uma aula sobre aquilo que pode fazer um grande investidor falhar como um principiante: inteligência emocional.

Se ganhar dinheiro quando está todo mundo perdendo é uma das melhores sensações do mundo para um gestor de recursos, o contrário também é verdadeiro: um dos piores sentimentos para um gestor é perder ou até mesmo não ganhar quando estão todos ganhando.

De 1995 a 1999, o NASDAQ acumulou um retorno de 441%, ou 40% ao ano, e neste período Druckenmiller estava à frente do Soros Fund, do lendário investidor George Soros, gerindo alguns bilhões e fazendo muito dinheiro surfando a tendência tech daquele momento.

Com uma capacidade ímpar de navegar cenários macro, Druckenmiller, em 1999, começou a fazer alertas sobre um possível pico de irracionalidade dos mercados naquele período, principalmente das ações de tecnologia.

Por conta de sua insistência, o Soros Fund se desfez das ações de tecnologia.

Aproximadamente 2 meses após essa decisão, a famosa bolha pontocom estourou e o mercado corrigiu fortemente. Druckenmiller tinha acertado na mosca aquela venda, mas a cota do fundo revelou algo diferente.

O Soros Fund havia caído 24% naquele mês para surpresa dos investidores.

Apesar de realmente ter zerado as posições em ações de tecnologia num primeiro momento, Druckenmiller revelou, anos depois, que acabou comprando tudo novamente alguns dias depois e na exata semana em que a bolha estourou.

Foi de gênio do cenário/timing para apenas mais um investidor que perdeu dinheiro naquele período por conta de uma decisão errada motivada única e exclusivamente por fatores emocionais (como ele mesmo revelou depois).

“Eu não aceitava o fato de que a alta desenfreada violava todas as regras que havia aprendido nos últimos 25 anos. [Após vender as ações] era difícil suportar pessoas menos experientes performando 5 por cento todo dia”, explicou Druckenmiller sobre o que o motivou a comprar de volta as ações.

A verdade é que todos estavam ganhando, menos ele. E isso o fez tomar uma decisão irracional, pois sua opinião de que o mercado estava próximo a uma correção não havia mudado.

Medo de “ficar de fora”, ganância, ou, como disse Druckenmiller, a necessidade de “jogar” são algumas armadilhas emocionais que podem levar até mesmo os melhores investidores a tomarem decisões tolas.

No livro Big Mistakes: The Best Investors and Their Worst Investments você encontrará várias outras histórias de erros cometidos por grandes investidores e aumentará assim seu repertório para evitar os mesmos erros (irracionais ou não).

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