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O mês do Market Makers FIA
No acumulado de 2025, o Market Makers FIA já sobe 22%. Desde o início do fundo, em 1º de outubro, a alta é de 28%.

Maio foi mais um mês para reforçar minha convicção da oportunidade que o mercado de ações brasileiro apresenta. Apesar do nosso otimismo olhando para as ações da carteira, é curioso como grande parte do mercado ainda continua desconfiado. Todo bull market começa com as pessoas desconfiadas e, pra mim, podemos estar no início de um longo mercado de alta.
O Market Makers FIA rendeu 6,6% no mês, contra 1,5% do Ibovespa e 5,94% do índice Small Caps. Os principais destaques vieram de duas empresas que já estavam entre as maiores posições da carteira: Vulcabras (+21,5%) e Vivara (+17,5%). Vulcabras eu já comentei por aqui diversas vezes e, Vivara, após um longo período tendo sido deixada de lado, passou a entrar novamente no radar dos fundos.
Ao longo do mês, reequilibramos nosso portfólio e continuamos diversificando nossa carteira com ações de empresas que atuam em setores essenciais da sociedade: energia elétrica, shopping centers, locação de equipamentos, varejo, óleo e gás, entre outros.
No acumulado de 2025, o Market Makers FIA já sobe 22%. Desde o início do fundo, em 1º de outubro de 2022, a alta é de 28%.
Continuamos animados com as ações que temos em carteira, muitas delas vivendo o melhor momento da sua história, apesar de estarem fora do radar de diversos fundos de investimento. Algumas dessas empresas já enfrentaram crises de todos os tipos. Uma delas, inclusive, tem mais de 100 anos de vida – e opera hoje no auge de sua eficiência.
Nosso grande objetivo é ganhar dinheiro investindo em ações brasileiras. E acreditamos que isso acontece quando encontramos boas empresas, comandadas por executivos competentes, supervisionadas por conselhos de administração respeitados – e, principalmente, cujo potencial de resultado ainda não esteja precificado na ação.
Para identificar essas oportunidades, seguimos um processo de investimento dividido em três etapas:
1) A Bússola do Munger
Batizamos essa primeira etapa em homenagem a Charlie Munger, a quem somos eternamente gratos pelo conhecimento compartilhado. Admiramos tanto o Munger que o consideramos nosso “conselheiro de fé”. Sempre que avaliamos uma nova tese de investimento, nos perguntamos se ele aprovaria essa ideia.
Nessa fase inicial, fazemos perguntas como:
- Vale a pena olhar essa empresa?
- Ela presta um bom serviço à sociedade?
- É um negócio que poderíamos segurar por muitos anos?
- O conselho tem skin in the game?
2) Investigação profunda
Se a empresa passa pelo filtro inicial do Munger, mergulhamos numa análise mais profunda. Queremos entender a história do negócio, seus diferenciais competitivos, como os executivos alocaram capital ao longo dos anos, se já enfrentou crises, se tem uma cultura sólida, se cresce com rentabilidade, se gera caixa, entre outros pontos.
Tudo isso para responder três perguntas fundamentais:
- É um bom negócio?
- Os executivos são bons e confiáveis?
- Está sendo negociado por um bom preço?
3) Gestão de risco
Por fim, se a empresa passa pelas duas primeiras etapas, ela está apta a entrar na carteira. O tamanho da posição dependerá da nota final que atribuímos – sendo que a maior parte desse peso vem do valuation. Quanto maior a convicção em relação ao negócio, às pessoas e ao preço, maior o tamanho na carteira.
Acreditamos firmemente que existem diversas oportunidades de investimento em ações de excelentes empresas, mas que várias delas passam despercebidas pelo radar do mercado, talvez por não serem acompanhadas de perto pelos grandes investidores ou talvez por não serem “queridinhas”.
O caso de Vulcabras, por exemplo, me fez lembrar uma das anedotas de Howard Marks:
“Um professor de finanças e um aluno estão caminhando pelo campus da Universidade de Chicago. O aluno para e exclama: “Olha! Uma nota de 5 dólares no chão!” O professor responde: “Não pode ser uma nota de 5 dólares; se fosse, alguém já teria pegado.” O professor vai embora, o aluno pega o dinheiro e compra uma cerveja com ele.”
Em alguns casos, o mercado é ineficiente – e, quando for, estaremos aqui garimpando as oportunidades que ele nos oferece. Afinal, o mercado não está aqui para nos instruir, mas para nos servir.