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O governo está te roubando

A inflação é um imposto oculto

Por Gabriel Rosenbaum

26 abr 2024 11h15 - atualizado em 26 abr 2024 11h16

Quando abundantes reservas de ouro e prata foram descobertas na América no século XVI, enormes quantidades desses metais preciosos foram levados para a Europa. A consequência desse aumento da oferta de moeda foi uma elevação geral dos preços. Da mesma forma, quando nos dias de hoje a quantidade de papel-moeda (ou de dinheiro eletrônico) aumenta, a consequência é a queda do poder de compra da unidade monetária e correspondente elevação dos preços ou, em outras palavras, a inflação. A novidade é que é muito mais fácil injetar dinheiro novo na economia atualmente, e a maior prova disso é que 80% de todos os dólares em circulação hoje foram criados depois de 2020.

Esta injeção de dinheiro na economia – que gera inflação – serve, dentre outras razões, para financiar gastos crescentes do governo. E num mundo em que aumentos de impostos se tornam cada vez mais impopulares, com a carga tributária atingindo um peso relevante no bolso das famílias, e dado que a maioria das pessoas não entendem de economia, “ligar a impressora” acabou se tornando a opção preferida de financiamento de governos no mundo todo. Ou seja, na prática a inflação se torna uma forma de imposto oculto. 

Esta é uma das lições do livro “O que o governo fez com o nosso dinheiro”, do economista Murray Rothbard e que foi transformacional na vida de Fernando Ulrich, conforme ele contou no episódio 95 do Market Makers. Para quem não conhece, Ulrich carrega duas décadas de experiência no mercado financeiro, é mestre em Economia da Escola Austríaca e tem uma voz influente sobre mercados e economia nas redes sociais, tendo mais de 600 mil inscritos em seu canal do Youtube.

No episódio, ele deu mais detalhes sobre a influência do governo no dinheiro ao lado de Charles Mendlowicz, mais conhecido como o Economista Sincero e uma voz também muito influente, sendo eleito pela Anbima como maior influenciador de investimentos do Brasil. Eles caracterizaram o governo como um “vírus” que tem ganhado cada vez mais relevância na economia, sugando recursos do setor privado.

Este vírus vai se reproduzindo num ciclo sem fim: os políticos e outros grupos da sociedade demandam recursos do governo, que se financia através de impostos (renda de outras pessoas), dívida (competindo com recursos do setor privado e elevando a taxa de juros) ou com a criação de dinheiro novo (gerando inflação). Este gasto vira renda e as pessoas ficam mais dependentes do governo. Novos problemas são criados e quem leva a culpa geralmente é o setor privado. No final, o governo é enxergado como o salvador e assim o vírus segue crescendo. O resultado de tudo isso é menos crescimento econômico e liberdade. 

Mas não é o fim do mundo: os convidados acreditam que pessoas bem informadas podem tomar decisões para se proteger e até ganhar dinheiro em tempos de inflação e de governos gastadores, sendo uma opção interessante o investimento em Bitcoin – moeda que Ulrich afirmou ser a maior invenção desde a criação da internet.

Se você quer entender mais sobre o dinheiro, alguns exemplos práticos de como os governos funcionam e ainda como se capitalizar em cima deste conhecimento, clique aqui para assistir o episódio.

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Por Gabriel Rosenbaum

gabriel.rosenbaum@empiricus.com.br