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O que ouvi do secretário da Fazenda de SP
Se você gosta de entender de macroeconomia e gestão pública (ou quer saber como pensa o economista por trás de Tarcísio), recomendo a entrevista fortemente

Há algumas semanas, fui recebido por algumas horas por Samuel Kinoshita. Ele é o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, um dos principais nomes da gestão Tarcísio de Freitas.
Tivemos uma conversa longa – que serviu de base para a grande entrevista publicada no Especial Trade da Direita, edição desse mês de The Report, a revista digital do Market Makers.
Samuel Kinoshita é economista, formado pelo Insper e também pela universidade americana de Columbia. Um técnico, como ele mesmo se define. E foi com esse rigor técnico que ele apresentou um pouco do que está fazendo no estado.
Se você gosta de entender de macroeconomia e gestão pública (ou quer saber como pensa o economista por trás de Tarcísio), recomendo a entrevista fortemente. E destaco cinco pontos interessantes da conversa.
#01 – Iniciativa privada x iniciativa pública
Uma das perguntas que fiz no início da conversa foi sobre o quanto da iniciativa privada (leia-se, sua filosofia e métodos) é possível colocar no ambiente público. Kinoshita reconhece que há “idiossincrasias” que precisam ser entendidas para ter sucesso no setor público.
“Um jeito de parafrasear o que você disse é basicamente dizer quanto você precisa alterar da tecnologia de alguém que vem do setor privado para ter muito sucesso no setor público. Existem idiossincrasias e peculiaridades da administração pública e entender essas idiossincrasias também é parte do sucesso. Já houve casos, inclusive de amigos nossos, que tiveram enorme sucesso no setor privado, mas no setor público tiveram muita dificuldade.”
#02 – Metas de curto e de longo prazo
Conversamos ainda sobre um outro tipo de pressão que existe numa cadeira pública como a dele, a de mostrar serviço no horizonte de quatro anos, tempo que dura um mandato – e que pode ou não garantir uma reeleição. O secretário defendeu a adoção de medidas estruturantes, mesmo que de longo prazo.
“Há avanços de curto prazo que são visíveis, mas vão ficar bem mais visíveis no futuro próximo. E aí é o que você está colocando. Olha, estou fazendo uma boa administração. É legítimo que eu pleiteie uma renovação dela. Mas, se tem uma coisa que marca o governador Tarcísio é essa ênfase dele em deixar um legado. Quando ele entra num projeto desses, essas obras estruturantes que têm tempo de entrega elevado, ele não entrou com uma cabeça buscar reeleição.
#03 – Desburocratização
Samuel Kinoshita é categórico em dizer que acredita que o setor privado tem papel essencial – e que eliminar um pouco da burocracia ajuda a fomentar investimentos.
“A gente acredita que um melhor ambiente de negócios vai fomentar os ganhos de produtividade e o crescimento econômico que vai vir de onde? Do setor privado. Construir esse melhor ambiente tem que ser o nosso objetivo sempre aqui na Secretaria da Fazenda.
#04 – Carga tributária
Sobre impostos, o secretário foi claro ao dizer que embora inevitáveis, eles podem ser fonte de menos sofrimento para o empresariado – voltando ao ponto da burocracia.
“E a modernização da administração fazendária, que entra justamente no que você falou. Se você tem uma Fazenda moderna, você consegue fazer com que a vida do sujeito seja mais fácil. Ninguém gosta de pagar imposto, mas que seja o mais fácil possível, o mais seguro possível e que exista a compreensão de que aquelas regras valem para todos.”
#05 – 2026
Um dos grandes momentos da entrevista foi quando falamos sobre 2026. Ele disse o que passa pela cabeça do governador Tarcísio de Freitas e se recebeu alguma orientação a respeito disso do chefe. Esse e outros trechos importantíssimos para o investidor estão na entrevista completa que você lê aqui.