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Onde estava o mercado?
Os 4 principais temas para você ficar ligado nesses dois dias sem jogo da Copa
Texto originalmente publicado na CompoundLetter, a newsletter do Market Makers. Inscreva-se na newsletter gratuitamente deixando o seu e-mail aqui
Após o Boa Sorte Day, uma chuva de críticas ao “mercado” tomou conta das redes. Buscando um culpado pela queda da bolsa e alta do dólar naquele dia, resolveram personificar o mercado como alguém contrário às políticas sociais, que, diga-se de passagem, já estão sendo feitas desde o governo FHC no Brasil.
O “onde estava o mercado?” serviu para inspirar uma série de textos e tweets questionando a imparcialidade política do tal mercado, como se fosse alguém com CEP e CPF definido.
Em todas as ocasiões citadas para questionar onde estava o mercado, a resposta seria a mesma: precificando.
Dado que o mercado é apenas o ambiente onde ocorre compra e venda ativos, não poderia ser diferente disso. Os agentes que o compõem fazem suas contas, decidem se é melhor comprar ou vender e fazem negócios. O preço reflete apenas isso.
E, ao mesmo tempo que um acha que é hora de comprar, o outro acha que é melhor vender e vice-versa. Não há ação coordenada.
Mas, como já explicou o Salomão no brilhante texto sobre o Sr. Mercado, nem todo dia o mercado acorda com o mesmo ânimo. E, ultimamente, principalmente nos dias de jogo do Brasil, até a gente se pergunta “onde está o mercado!?”
Com baixo volume e entre um gol e outro, os investidores nos últimos dias parecem que estão mais interessados em saber onde está a bola. Normal, Copa é Copa.
Mas, pela primeira vez nos últimos dias, teremos uma quarta-feira sem jogos da Copa e você pode estar um pouco perdido em relação aos temas que estão movimentando os mercados. Por isso, vou te colocar a par do que tem feito preço aqui no Brasil e no mundo de forma direta e simples.
1) Brasil: Só se fala em PEC
A PEC da Transição foi aprovada ontem (06) na CCJ do Senado com ampliação do teto em R$ 145 bilhões e possibilidade de gasto extra para investimentos. Agora segue para o plenário e ainda precisará ir para a Câmara. A expectativa é que o número final fique abaixo dos R$ 145 bi.
Enquanto isso, o mercado faz o que sabe fazer: traçar cenários e precificá-los.
2) EUA: Recessão
Com expectativa de que o Fed ainda tenha que apertar ainda mais a política monetária para frear a inflação, o mercado começa a enxergar sinais de recessão na economia americana ano que vem.
3) China: A Reabertura
Após intensos protestos nas ruas da China, o atual presidente, Xi Jinping, iniciou o processo de afrouxamento da política de Covid zero, que impunha uma série de restrições severas à população e impactava diretamente o comércio da segunda maior economia do mundo.
O economista-chefe da XP, Fernando Ferreira, comentou a importância disso para o Brasil especialmente.
4) Petróleo
De junho deste ano até hoje o petróleo caiu de 120 para 76 dólares, mas os ingredientes para uma retomada dos preços nos próximos meses segue sendo monitorado de perto por traders e grandes investidores.
No episódio #23, Felipe Guerra, da Legacy, comentou que existem fatores que jogam a favor da alta e por isso é uma das poucas posições compradas da carteira dele. No Twitter, o analista de commodities, Heitor Paiva, resumiu em 6 itens o que pode pressionar os preços do petróleo pra cima.