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Pedro Cerize: 3 medidas para colocar o Brasil na linha
Cerize comentou as soluções do campo social, econômico e político que podem colocar o Brasil na linha, acalmar o mercado e trazer credibilidade
Fala-se muito dos problemas do Brasil por aí, mas pouco se aborda as soluções de uma forma clara e assertiva.
Esse foi um dos motivos que nos levaram a convidar Pedro Cerize para participar do episódio #164 do Market Makers Podcast.
Com opiniões contundentes e sempre direto ao ponto, ele foi enfático quando o ministro Fernando Haddad fez seu pronunciamento no último dia 27 de novembro:
“Caro ministro
Vai dar merda.
Boa noite”
Mais do que criticar, Cerize comentou as soluções do campo social, econômico e político que podem colocar o Brasil na linha, acalmar o mercado e trazer credibilidade. Listo abaixo três delas.
1. Ajuste fiscal com transparência e efetividade
Cerize enfatiza que o Brasil vive uma crise fiscal crônica, e soluções paliativas não resolvem a questão. Ele propõe:
- Cortes Universais e Percentuais: Em vez de anunciar cortes em valores absolutos, propor reduções percentuais que sejam aplicadas a todas as categorias, como 4% do orçamento total. Essa abordagem dilui a percepção de perda, evita resistências políticas severas e cria uma narrativa de equidade.
- Revisão do Custo do Serviço da Dívida: Cerize argumenta que o pagamento de juros reais altos na dívida pública é politicamente insustentável. Segundo ele, transferir 7% do PIB em juros para uma pequena elite não é viável a longo prazo. A solução envolve reestruturar a política fiscal e repensar as metas de superávit primário para estabilizar a dívida sem sacrificar o crescimento.
2. Redefinição do Bolsa Família e incentivo ao trabalho formal
Pedro Cerize sugere uma reforma estratégica no Bolsa Família que permitiria que beneficiários trabalhassem formalmente sem perder o auxílio. Ele ressalta que essa abordagem:
- Aumenta a Popularidade do Governo: A proposta é apresentada como uma solução que combina responsabilidade fiscal e inclusão social, o que, segundo Cerize, reforça a imagem de um governo preocupado em equilibrar crescimento econômico e proteção social. A flexibilidade do programa seria vista positivamente pela sociedade, aumentando a aprovação do governo em grupos mais amplos
- Estimula a Economia: Ao incentivar a formalização do trabalho sem retirar benefícios, essa medida também ampliaria a base de arrecadação tributária, permitindo mais recursos para políticas públicas. Em momentos de crise, o mecanismo de retorno ao benefício integral garantiria uma rede de proteção eficiente, algo que fortaleceria a confiança na gestão pública.
Cerize argumenta que este modelo seria politicamente vantajoso, pois equilibraria ganhos econômicos com resultados sociais palpáveis, gerando um impacto direto na popularidade do governo.
3. Reformulação da política monetária e controle do crédito
Cerize critica a eficácia limitada da taxa Selic como única ferramenta de controle inflacionário, especialmente em um mercado onde o crédito já é muito caro. Ele sugere:
- Controle Temporário do Crédito ao Consumo: Proibir os bancos de expandirem crédito ao consumo acima de certos limites temporários, forçando a economia a esfriar sem elevar os juros. Isso evitaria sobrecarregar o orçamento público com o aumento da dívida interna.
- Revisão dos Modelos Tradicionais: Ele argumenta que o Banco Central precisa abandonar modelos ultrapassados que priorizam metas inflacionárias rígidas. Segundo ele, a atual estrutura não leva em conta a ineficácia dos juros altos em conter demandas estruturais como crédito pessoal e consumo parcelado
Para saber mais a fundo esses três pontos e outros que ele trouxe, assista ao episódio completo clicando aqui.