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PEVC11, USTK11, ALUG11 e outros: a revolução dos ETFs

Um mercado com oportunidades interessantes, como private equity, jogos, agronegócio global e muito mais

Por caio.nascimento

31 Jan 2025 12h30 - atualizado em 31 Jan 2025 12h30

Por anos, a gestão ativa dominou o mercado financeiro brasileiro. No entanto, a praticidade e diversificação dos ETFs (Exchange Traded Funds) tem chamado a atenção, com a possibilidade de o investidor comprar produtos que o expõe ao agronegócio global, biotecnologia americana, lucrativas gestoras de private equity, renda fixa e outros segmentos.

Nos Estados Unidos e na Europa, esses fundos já são protagonistas, com uma prateleira gigantesca de oportunidades. 

No Brasil, estão ganhando tração. Para entender esse mercado e as oportunidades, o Market Makers conversou com Cauê Mançanares (CEO e diretor de gestão) e Luiz Júnior (COO), da Investo, a maior gestora independente de ETFs do país.

ETF Picking para expandir as oportunidades

Reina no mercado acionário o stock picking, ou seja, a seleção manual de ações com bom potencial de valorização para ter resultados acima da média ou do benchmark adotado.

No entanto, a evolução do mercado permite hoje o ETF Picking. 

“Em vez de comprar VALE3 para se favorecer das exportações, é melhor comprar um ETF de empresas brasileiras com receita proveniente do exterior [BXPO11], porque se a Vale não andar, mas a Embraer subir, como aconteceu em 2024, você ainda estará no jogo”, exemplifica Mançanares.

Criado em setembro de 2022, o BXPO11 investe em 20 companhias e entrega um retorno acumulado de 30%, contra 9% do Ibovespa desde sua criação. Para o gestor, a lógica também se aplica a outros setores, como o de tecnologia:

“Ao invés de comprar só o BDR da Apple, prefira o USTK11, um ETF de tecnologia americana. Se a Apple não bombar, mas a Microsoft ou alguma outra, você ainda ganha.”

Lançado em julho de 2021, o USTK11 da Investo acumula um retorno de 72%, investindo em empresas como Broadcom, Salesforce, Oracle, Cisco, Adobe, Apple, Nvivia e Microsoft. 

Quase 50% do ETF é composto por empresas de software ou semicondutores.

Segundo Mançanares, esse movimento tem ganhado tração porque muitos investidores passaram a questionar o desempenho das carteiras tradicionais. Os prejuízos acumulados nos últimos anos tornaram a eficiência dos ETFs uma solução cada vez mais atrativa.

Private Equity: a mina de ouro dos ETFs

Se existe um segmento que provou o poder da diversificação via ETFs, foi o de private equity. Mançanares explica o caso do PEVC11:

“A gente montou um índice com as 10 maiores gestoras de private equity listadas na Bolsa dos EUA: Blackstone, Apollo, Brookfield e outras gigantes. Cada uma delas administra pelo menos 500 bilhões de dólares. Algumas, perto de 1 trilhão. O ETF compra ações dessas gestoras.”

O resultado está sendo satisfatório. Desde o lançamento, em agosto de 2022, o retorno do PEVC11 foi de 140%. Em 2024, o ETF rendeu 82%.

E não é para menos: em meio ao bull market americano, as remunerações dessas gestoras e o fato de serem dolarizadas são fatores estruturais que fortalecem a tese de investimento para o investidor brasileiro.

“As gestoras de private equity ganham taxas de gestão, conferindo estabilidade. Por exemplo: 2% de taxa em cima de 500 bilhões de dólares é uma receita superior à maioria das empresas brasileiras. Sem contar os 20%, 30% de performance que ajudam a levar a ação da gestora ainda mais pra cima”, explica Cauê Mançanares.

O mito da falta de liquidez

Uma das maiores preocupações dos investidores é a liquidez dos ETFs no Brasil. Luiz Júnior, no entanto, explica que a Investo conta com o BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, para prover liquidez, trazendo tranquilidade para o investidor comprar e vender sem dor de cabeça. 

“Muita gente olha o histórico de negociações e acha que não vai conseguir comprar ou vender o ETF. Mas há um formador de mercado garantindo liquidez: o BTG. Se você mandar uma ordem, ela será executada. Simples assim”, pontua.

O USTK11, por exemplo, ainda está ganhando tração, mas já registrou movimentações de compra e venda de R$ 30 milhões, sem travamento ou dificuldade de execução graças à parceria com o banco.

ETFs exóticos

Nos EUA, existem mais de 3.000 ETFs. Tem até um que compra ações só no after market. A criatividade vai longe.

Mançanares, no entanto, explica que o Brasil não precisa de tantos, pois o que importa é oferecer opções estratégicas.

“Temos ETFs de gaming global (JOGO11), agronegócio global (FOOD11), biotecnologia (BTEK11), real estate americano (ALUG11) e outros. Mas sempre avaliamos se há demanda antes de lançar um produto novo.”

A Investo também está trazendo um ETF de Bitcoin com taxa zero, que, segundo eles, será o mais barato do mercado:

“Nossa controladora lá fora é a VanEck, e esse ETF tem a melhor estrutura de custos e performance. O market maker dele é o BTG, garantindo eficiência.”

Neste link você tem acesso a todas informações dos ETFs da Investo (rentabilidade, PDF das lâminas, cota, índices de referência etc).

Abaixo, alguns dos principais ETFs da Investo:

A filosofia da Investo: só o melhor ETF entra no jogo

Segundo Luiz Júnior, o processo de lançamento de um ETF na Investo é claro: realizam um filtro rigoroso e, se não for o melhor do mundo no segmento que o produto almeja gerar valor, não trazem.

O COO da gestora traz como exemplo o WRLD11, no qual está seu próprio patrimônio. Trata-se de um ETF criado em outubro de 2021 que investe em empresas do mundo todo, de mais de 10 setores. Ele entrega um retorno acumulado de 25% no período, sendo 40% apenas nos últimos 12 meses.

“Meu patrimônio pessoal está no WRLD11 porque acredito nele. Se a gente não comprar, por que ofereceríamos para os clientes? O trabalho fica muito mais fácil quando os próprios executivos acreditam no ativo”

Ele também explica a abordagem diferenciada da gestora:

“Mesmo existindo o Ibov, trouxemos ETFs mais segmentados, como Brasil Exportação (BXPO11), Brasil Mercado Doméstico (BDOM11) e Brasil Small Cap (SCVB11). Isso permite que o investidor se posicione melhor. Se o dólar sobe, o Brasil pode cair, mas as exportadoras se beneficiam – e o BXPO11 capta esse movimento.”

Assista ao episódio completo neste link e conheça os ETFs da Investo clicando aqui.

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