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Renda fixa “contra” a reforma tributária
Estratégia de renda fixa: segurança em tempos incertos
Aqui no Market Makers somos defensores obstinados da renda variável. O que não quer dizer que não saibamos apreciar casos em que a renda fixa é muito bem usada.
Foi isso que aconteceu no episódio de ontem do Market Makers, no qual a Larissa Quaresma, analista da Empiricus, explicou como vem se posicionando em ativos de renda fixa, em vez de ações, para driblar as incertezas com as quais o investidor brasileiro precisa lidar.
Explico.
O Brasil terá em breve (se tudo correr bem em Brasília) uma reforma tributária. Finalmente nossas empresas poderão deixar o famoso hospício no qual vivem e começar a alocar força de trabalho em atividades mais produtivas do que se explicar para a Receita Federal (e estadual e municipal).
Não conheço ninguém que seja contra tal reforma, mas também não posso dizer que conheça alguém que saiba exatamente quais serão as consequências das mudanças que estão por vir para as empresas de todos os setores. E é aqui que entra a renda fixa.
Larissa explicou que, em sua carteira, está comprada em NTN-B 2050 (o famoso Tesouro IPCA+), apostando na queda dos juros.
Aí vem a pergunta: se você acredita que os juros vão cair, por que não a bolsa?
Em primeiro lugar porque “poucos negócios pagam IPCA mais 6% ao ano, como o Tesouro neste ano”, conta Larissa. Em segundo, porque ainda existem muitas coisas decisivas no Brasil a serem definidas em relação à reforma tributária que podem afetar demais a lucratividade das empresas da Bolsa.
“Preferimos esse trade a estar em ações, pois em ações tem muito a ser definido. Tem excelentes empresas no varejo, no setor financeiro, nos serviços, cujo valuation está atrativo. Mas tem uma reforma que está sendo discutida (…) na qual pode-se diminuir o imposto da indústria e aumentar o dos serviços e outras mudanças. Para que correr esses riscos setoriais?”, pergunta.
Antes de você se animar e trocar suas ações por títulos do Tesouro, não deixe de ouvir o episódio completo, pois ainda nem tocamos no assunto risco. Não se esqueça que a renda é fixa apenas se você segurar o título que possui até o vencimento — e convenhamos que qualquer previsão para 2050 não é muito mais que um chute. Não custa lembrar também que quem vende a renda fixa antes do vencimento precisa aceitar preços de mercado, que variam de acordo com as taxas de juros futuros praticadas pelo mercado — praticamente como funciona uma ação, portanto.
A explicação completa está no nosso episódio, que você confere aqui.