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Uma aposta para carregar em 2023
Nunca é óbvio saber para onde vai o preço do petróleo, mas a assimetria hoje parece estar do lado do comprador
Texto originalmente publicado na CompoundLetter, a newsletter do Market Makers. Inscreva-se na newsletter gratuitamente deixando o seu e-mail aqui
Apesar de ser quase consensual que a queda dos investimentos na exploração de petróleo – como é possível observar na imagem abaixo – levará a uma queda contínua de sua produção ao longo dos próximos meses (talvez até anos) e que esse fator, somado à guerra entre Rússia e Ucrânia corrobora com um cenário de alta de preços de energia, vimos o Brent – referência internacional para os preços do petróleo – cair mais de 35% entre março e dezembro do ano passado, saindo de US$ 128 para US$ 83.
A queda dos preços é justificada, em parte, pelas preocupações, cada vez maiores, de que a queda no consumo de petróleo será maior do que a queda de produção caso o mundo entre, de fato, em uma profunda recessão.
Conforme podemos observar no gráfico abaixo, o impacto de uma recessão não é óbvio: durante a pandemia, momento em que todo o mundo não pôde sair de casa, o impacto no consumo de petróleo foi de queda de 8,7%, enquanto na crise de 2008 o impacto havia sido menor, de 2,9%.
Além disso, os estoques de petróleo no mundo todo estão em patamares baixíssimos. Em 2022, os estoques globais de petróleo caíram 115 milhões de barris, aproximadamente 4,5% do total (excluindo reservas estratégicas da conta).
Abaixo, é possível observar que o estoque de petróleo da OCDE está nos menores níveis dos últimos 5 anos.
Ao mesmo tempo em que a demanda nos Estados Unidos segue em patamares elevados:
Apesar das condições mais apertadas entre oferta e demanda, o preço do petróleo continuou caindo. Além do receio de recessão, outros dois fatores podem ter pesado nos preços:
(i) venda das reservas estratégicas de petróleo realizadas tanto pelos Estados Unidos quanto pela Europa com o objetivo de controlar a inflação nessas regiões;
(ii) a China está consumindo cerca de 1,5 milhão de barris de petróleo a menos do que deveria em condições normais devido à sua política de tolerância zero à Covid.
Apesar da maior incerteza referente a demanda de petróleo no mundo, acreditamos estar diante de uma assimetria favorável, isso porque os preços do petróleo estão próximos do custo marginal global de produção e sem a existência de aumento de oferta relevante para os próximos 2 a 3 anos.
Enxergamos três potenciais gatilhos favoráveis ao preço. São eles:
1) Reabertura chinesa deve elevar consumo ao longo do primeiro semestre de 2023: após uma série de protestos da população, as autoridades chinesas começaram a flexibilizar sua política de tolerância zero à Covid, o que abre espaço para que o país comece a voltar à normalidade e, consequentemente, aumente o consumo de petróleo por lá.
2) Recomposição das reservas estratégicas de petróleo pelos Estados Unidos: na terceira semana de novembro, por exemplo, o estoque de petróleo bruto caiu 12 milhões de barris, a terceira maior redução da série histórica em uma semana. A título de comparação, a queda de estoque americano em novembro de 35,7 milhões de barris, representa 4,2% das reservas totais americanas, e quase 10% do restante das reservas estratégicas.
3) Rússia poderá reduzir produção como resposta às sanções que vem sofrendo do Ocidente:
O ponto é: apesar da queda recente, não faltam gatilhos para o preço do petróleo se manter em um patamar mais elevado de preço ao longo dos próximos meses.
Esse é um dos motivos pelos quais a Carteira Market Makers possui exposição ao petróleo.
Hoje às 16h, faremos uma apresentação exclusiva aos membros da Comunidade Market Makers, da nossa principal aposta no setor de óleo e gás brasileiro.
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