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“Quebrar foi um privilégio”

O papo toca na ferida aberta do empreendedorismo no Brasil

Por Market Makers

05 Dec 2025 17h57 - atualizado em 18 Dec 2025 05h57

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No episódio 293 do Market Makers, recebemos Sérgio Zimerman, fundador e CEO da Petz (PETZ3), e Ramiro Becker, advogado especialista em sucessão familiar. O papo vai muito além do corporativo e toca na ferida aberta do empreendedorismo no Brasil.

Zimerman narra em detalhes como a falência de sua empresa de atacado nos anos 2000 foi, na verdade, um “privilégio” doloroso que moldou sua visão de gestão. Ele explica a diferença crucial entre culpa e responsabilidade e compartilha o erro fatal de tentar “salvar todo mundo” que resultou na demissão de 600 pessoas — um erro que ele jurou nunca mais cometer na Petz.

Além disso, Sérgio abre os bastidores da batalha travada no CADE pela fusão da Cobasi com a Petz, rebatendo as acusações de monopólio feitas pela concorrente Petlove. Ele argumenta, com dados, que o verdadeiro concorrente hoje não é a loja física vizinha, mas o marketplace digital e a informalidade, e que a fusão é uma questão de sobrevivência e eficiência, não de aumento de preços.

Além disso, Sérgio faz uma crítica ácida e direta à política monetária atual: para o CEO, manter a Taxa Selic em patamares elevados (15% ao ano) para perseguir uma meta de inflação de 3% (definida antes da pandemia) é um suicídio para o setor produtivo. Ele denuncia o que chama de “transferência de renda do setor produtivo para os rentistas” e explica como a carga tributária brasileira, focada no consumo e não na renda, penaliza os mais pobres e esconde o custo real dos produtos.

Em paralelo, Ramiro Becker traz alertas vitais sobre governança corporativa e sucessão familiar. Ele conta histórias reais — incluindo um caso trágico onde a falta de uma “cláusula de reversão” fez com que o patrimônio de uma família inteira fosse transferido legalmente para os sogros após um acidente fatal. Uma aula prática sobre por que o acordo de sócios, o contrato de namoro e o planejamento sucessório não são burocracia, mas ferramentas de proteção indispensáveis.

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