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O empreendedor serial da Faria Lima: o que aprender com o fundador da Avenue, Clear e Win

Em menos de 20 anos, Robert Lee criou e vendeu 3 corretoras que fazem parte da transformação do mercado financeiro brasileiro

Josué Guedes

Por Josué Guedes

01 Sep 2022 18h25 - atualizado em 21 Oct 2022 11h16

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42 anos de idade, 25 deles no mercado e 3 corretoras criadas do zero. A história de Roberto Lee, contada no episódio #10 do Market Makers, vai além de um empreendedor serial de sucesso: ela explica como foi a evolução do mercado brasileiro neste período, pois cada corretora nasceu para curar uma dor que existia nos investidores.

A primeira corretora foi a Wintrade, em 2003. Naquela época, o investidor pessoa física ainda não tinha acesso com a mesma facilidade a produtos tidos hoje como simples, como um título de renda fixa ou até fundos. “[Montamos a Win] porque era fácil e a gente sabia fazer”, respondeu Lee na lata.

A segunda corretora foi a Clear, em 2012. Ela nasceu para atender um grande grupo de investidor que não tinha um bolso milionário mas já tinha um conhecimento acima do iniciante. A história deu tão certo que dois anos depois a Clear foi vendida para a XP e Lee tornou-se sócio e diretor da nova empresa.

Durante seu tempo na XP, o mercado passou por um momento de “falta de produto”: entrou muito dinheiro mas havia pouca coisa a ser oferecida, o que levava boa parte desses recursos para o Tesouro Direto – um péssimo produto para a corretora, em termos de lucratividade. 

A solução, para Lee, era abrir a porta para internacionalização e dar ao brasileiro o poder de investir fora do Brasil. Mas ao invés disso, a opção escolhida foi de “importar” a solução através da criação de COEs (Certificados de Operações Estruturadas), um produto mais limitado em termos de acessibilidade mas que trazia um retorno financeiro muito melhor para quem o vendia.

“É o conflito aparecendo, e como diz Jeff Bezos, sua margem é minha oportunidade (…). A gente estava ‘disrompendo’ aquilo, quando você opta por seguir aquele modelo… quando o disruptor opta por cometer o mesmo erro, é que chegou a hora de algo novo”. 

A aquisição de parte da XP pelo Itaú em 2017 deu a Lee a saída financeira para criar a Avenue Securities. 

5 anos depois, o mesmo Itaú fechou a compra da Avenue Securities, em uma transação que avalia a terceira corretora de Lee em R$ 1,4 bilhão.

Você pode conferir agora toda essa trajetória do Lee no episódio #10 do Market Makers!

QUE VOCÊ VAI APRENDER NESTE EPISÓDIO

  • Como era o mercado antes do advento da internet
  • As ineficiências do pregão viva voz
  • Como foi a digitalização do mercado brasileiro
  • Como Robert Lee criou três corretoras em menos de 20 anos
  • Por que o projeto Avenue não nasceu na XP
  • Qual é a próxima etapa das finanças mundiais
  • As vantagens de dolarizar o patrimônio

CONVIDADOS

Roberto Lee: No mercado desde que as negociações eram feitas literalmente no grito dentro do pregão, Roberto Lee viu a evolução do mercado brasileiro de perto e participou ativamente da sua transformação. Oficialmente, sua carreira começou na Patagon.com em 1998. Permaneceu lá até 2022 e logo depois ingressou na Ágora Corretora desempenhando funções na área de operações de custódia e compensação. Vislumbrando uma oportunidade na digitalização do mercado, Lee fundou em 2005 a Wintrade Investimentos, uma das pioneiras em investimentos online para o varejo. Em 2010, vendeu sua participação e fundou a Clear, corretora com foco em operações para investidores mais sofisticados. Quatro anos após a fundação, realizou a fusão da Clear com a XP Investimentos e passou a ser CIO e CMO da XP, cargo que ocupou até 2017. Após sua saída da XP, fundou a Avenue, corretora focada em investimentos internacionais.

LIVROS RECOMENDADOS

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