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Esse banqueiro quebrou um império no mercado financeiro

Edemar foi um dos grandes bilionários famosos dos anos 2000, até seu império ruir

Por caio.nascimento

24 Jun 2024 11h44 - atualizado em 24 Jun 2024 11h44

Um dos banqueiros mais ricos do Brasil nas décadas de 1990 e começo dos anos 2000 tem uma série de situações que o tornaram famoso e respeitado na alta sociedade, em meio a políticos, gigantes do mercado financeiro e no meio artístico.

Estamos falando de Edemar Cid Ferreira, que perdeu toda a fortuna e quebrou um império no mercado financeiro há 20 anos.

Nascido em Santos na década de 40 e formado em economia, Edemar Cid Ferreira abriu uma corretora aos 26 anos. Mas foi só em 1993 que ganhou a patente para transformar sua empresa em banco.

Nascia aí o Banco Santos, que nos anos 2000 se tornou um dos maiores e mais influentes bancos privados do Brasil, surfando na recuperação do país com o Plano Real de Fernando Henrique Cardoso.

Nadando em dinheiro com a operação do banco crescendo exponencialmente, Ferreira ficou tão rico que se tornou dono de um dos maiores acervos de arte do mundo, numa das mansões mais caras e luxuosas do planeta, construída por ele numa área de 8.000 m² no Morumbi, bairro nobre de São Paulo.

Só para você ter uma ideia, a mansão lhe custou R$ 140 milhões (igual a mais de R$ 500 milhões nos dias de hoje, com a correção inflacionária). Já a sua coleção artística equivale a R$ 151 milhões, com mais de 2.000 obras.

Além disso tudo, o sucesso das operações do banco Santos lhe permitiu se tornar uma espécie de mecenas do seu tempo, fazendo da instituição uma das maiores patrocinadoras da cultura no Brasil.

Até o presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, o homenageou com a Ordem de Mérito Militar em 2003, uma condecoração para referenciar pessoas que tenham prestado serviços relevantes à nação brasileira.

Tem até foto dos dois juntos ao lado do então adversário político de Lula, Geraldo Alckmin:

Tudo parecia ir bem até que seu império começou a ruir.

O banco gerou um rombo de R$ 700 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões nos números de hoje) em 2004 por fazer empréstimos arriscados e para empresas de fachada.

O rombo levou o Banco Central do Brasil (Bacen) a afastar Cid Ferreira e os diretores da instituição. Nisso, a autoridade monetária descobriu que o rombo, na verdade, era de R$ 2 bilhões (R$ 7,5 bilhões, em valores atualizados pelo IPCA) e e decretou a falência.

A Justiça bloqueou todos os bens de Ferreira (obras de arte milionárias, carros, a mansão da qual foi despejado e muito mais).

Foi decretada também a prisão de 21 anos para o banqueiro por lavagem de dinheiro, fraude e outros crimes. Ele foi preso duas vezes, mas não chegou a ficar mais de 3 meses detido.

Ferreira passou os últimos anos da sua vida tentando recuperar parte de sua fortuna na Justiça e alegando que a culpa da falência, na verdade, havia sido do próprio Banco Central, que, segundo ele, fez uma intervenção “desastrosa”.

Até hoje existem processos em torno disso, e muitos credores ainda estão sem receber.

Edemar morreu do coração em janeiro deste ano, aos 80 anos, num apartamento alugado em São Paulo onde morava sozinho. Alegou inocência até os últimos dias de sua vida e estudava quase que diariamente os processos em torno do seu antigo império financeiro, a fim de encontrar uma solução que o favorecesse.

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