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O mês do Market Makers FIA
Agosto foi um mês bom para os mercados e para o Market Makers FIA não foi diferente

Agosto foi um mês bom para os mercados e para o Market Makers FIA não foi diferente. O fundo avançou 7,48%, superando o Ibovespa (+6,27%) e o Índice Small Caps (+5,86%).
No acumulado de 2025, já são 28,4% contra 17,57% do Ibovespa e 25,72% do Small Caps. Desde o início, em 30 de setembro de 2022, o FIA sobe 35%, uma performance 6,5 pontos percentuais acima do Ibovespa e 33 pontos acima do índice de small caps.
Outro dia estava lendo sobre a expedição de Ernest Shackleton à Antártida, no início do século XX. Ele se tornou uma lenda do “período heróico” da exploração polar ao liderar seus homens em uma das histórias mais impressionantes de sobrevivência que já li: depois de o navio Endurance ser esmagado pelo gelo, Shackleton e seus 27 tripulantes atravessaram mares congelados em pequenos botes até conseguirem resgate.
Essas histórias de resistência quando parece não haver qualquer possibilidade de sobrevivência me fascinam, e vejo nelas paralelos com o investimento em ações e com o que buscamos fazer no Market Makers FIA.
Seria fácil colocar a culpa no Brasil e dizer que não dá para ganhar dinheiro investindo em ações em um país tão volátil. Mas acreditamos justamente no contrário: que é possível montar uma carteira de boas empresas que navegue com alguma tranquilidade nas águas revoltas brasileiras.
Assim como Shackleton não tinha como prever a agitação do mar, nós também não temos a pretensão de adivinhar o cenário macroeconômico que teremos pela frente. O que fazemos é preparar o barco para resistir às tempestades — até porque sabemos que, aqui, elas sempre virão.
E apesar de investir em ações no Brasil não estar na moda, a bolsa avança 17,6% no ano. E aqui vale reforçar que o Brasil não é uma ilha, já que não é a única bolsa que está indo bem em 2025.
O movimento de rotação do dinheiro, antes concentrado nos Estados Unidos, começa a se espalhar pelo mundo com o enfraquecimento do dólar, permitindo que diversas bolsas globais avancem no ano. Para mercados emergentes como o nosso, esse cenário é particularmente favorável, conforme eu já escrevi aqui.
O gráfico abaixo traz o comportamento das bolsas globais no ano em moeda local (%Ytd) e em dólar (%YtdCur):

Fonte: Bloomberg
Além disso, ao longo de agosto, tivemos sinais claros de desaceleração da atividade econômica: o Caged trouxe criação de vagas abaixo do esperado, os salários reais recuaram, e os dados de inadimplência das famílias seguiram em alta – conforme podemos observar na imagem abaixo:

Fonte: Banco Central do Brasil; Elaboração: Itaú
Essas leituras reforçam a expectativa de que o Banco Central será forçado a antecipar cortes de juros.
O curioso é que, apesar desse pano de fundo, os fundos locais continuam com participação tímida em bolsa: apenas 10,5% do patrimônio total da indústria, contra picos de 22% em 2007. Desde 2023, a alocação oscilou entre 8% e 10%, bem abaixo do potencial.
Em outras palavras, há muito espaço para reentrada de capital local em ações. Soma-se a isso o fato de que, mesmo com as eleições ainda a mais de um ano de distância, o mercado já começa a projetar 2026 com chances crescentes de um governo mais à direita.

Fonte: Banco BTG Pactual
No fim do dia, investir em ações continua sendo, para mim, essencial para a construção de patrimônio no longo prazo. São ativos reais, que protegem contra inflação e permitem ao investidor ser sócio de negócios resilientes.
O paradoxo é que, justamente nos momentos de maior pessimismo, surgem as melhores oportunidades. Hoje, muitos não entendem como a bolsa pode estar nas máximas em meio a tanta descrença. Mas, olhando para o passado, foram justamente ambientes como este – de juro real elevado e de aversão generalizada – que se mostraram excelentes períodos para acumular participações em boas companhias.