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01h 32min
Gustavo Franco no Market Makers
O ex-presidente do Banco Central fala sobre o cenário econômico atual do Brasil
Neste episódio histórico do Market Makers, Gustavo Franco, um dos arquitetos do Plano Real e ex-presidente do Banco Central, faz um diagnóstico profundo e sem rodeios sobre o Brasil.
Ele começa nos levando de volta ao período caótico da hiperinflação, que ele classifica como a “pior do planeta”, não pela intensidade em um único mês, mas por sua duração de 15 anos que “deseducou e estragou o Brasil”.
Essa experiência, no entanto, deixou o brasileiro “cascudo” e com uma memória traumática, como o confisco do Plano Collor.
Avançando para o presente, Gustavo Franco explica que, graças à blindagem institucional criada pelo Plano Real, a irresponsabilidade fiscal dos governos não se converte mais diretamente em hiperinflação.
No entanto, ele expõe a tensão atual: de um lado, o mundo político querendo gastar sem limites, e do outro, um Banco Central autônomo forçado a manter os juros altos para segurar a inflação.
Uma reforma esquecida

Gustavo Franco elogia a transição de poder no BC para Gabriel Galípolo, vendo-a como um sinal de amadurecimento da nossa democracia. Olhando para o futuro, o maior desafio é claro: o fiscal.
Segundo ele, o Brasil precisa de uma grande reforma na forma como o orçamento é feito para que os políticos finalmente encarem a realidade da escassez.
Mas o ponto mais crucial de sua análise é a “reforma esquecida”: a abertura econômica.
Ele argumenta que o Brasil ficou para trás de países como a Coreia do Sul porque se manteve fechado, aprisionado em ideias antigas, e não aproveitou a globalização para aumentar sua produtividade.
A solução, para ele, é mover a economia do “setor isolado” para o “setor aberto e digital”.