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Petrobras: ter ou não ter?
O valuation é atrativo, mas pode não compensar o risco
Texto originalmente publicado na CompoundLetter, a newsletter do Market Makers. Inscreva-se na newsletter gratuitamente deixando o seu e-mail aqui
Se você acompanha o Market Makers no YouTube, já deve ter visto alguns debates nos comentários entre nossos seguidores sobre as teses que nossos convidados apresentam no programa.
Olhando em retrospecto, já promovemos acaloradas trocas entre os convidados – e consequentemente os seguidores -, de empresas como Oi (OIBR3) Tesla (TSLA), Cogna, IRB e tantas outras que despertavam o lado “torcedor” de muitos investidores.
Mas tem uma tese que, independentemente da euforia ou depressão do Sr. Mercado, está sempre em pauta: Petrobras (PETR4).
Por boa parte de 2022, Petrobras foi um excelente investimento na bolsa: seu valuation absurdamente descontado, o enorme fluxo de dividendos distribuído pela companhia e uma gestão mais focada em extrair o que ela tinha de melhor garantiram uma boa valorização mesmo num ano eleitoral – o que traz uma variável extra de volatilidade nas estatais.
Com a vitória de Lula nas eleições, o humor sobre a Petrobras mudou. Isso ficou nítido na forte queda das ações pós-eleição. Uma pesquisa feita pelo Itaú BBA com cerca de 300 gestores de fundos do Rio e de São Paulo mostrou que a quantidade de gestores “short” (vendidos) na estatal saltou de 7,1% para 18,4% de novembro pra janeiro.
Um bom resumo dessa mudança de percepção foi dado pelo CIO da RPS Capital, Paolo di Sora, no último episódio do Market Makers:
“Não teremos [Petrobras]. Tomamos uma decisão que não queremos entrar nessa discussão de preço de paridade. Eles [o governo] estão fazendo o que falariam que iam fazer. Falaram que vão mexer com isso. “Ah, mas já tá no preço da Petrobras e o valuation tá barato”. Eu não quero estar na frente desse newsflow com Jean Paul Prates como presidente da Petrobras tentando mudar a governança etc”.
Em um bom português: o valuation atrativo não compensa o risco, na visão do Paolo.
Paolo citou uma entrevista recente dada pelo provável próximo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, como um dos fatores de risco de se investir na estatal: “qualquer um que assistir essa entrevista saberá exatamente para onde a nova gestão quer levar a companhia”. E foi exatamente o que fiz.
O plano de Prates indica, basicamente, alterações que podem desviar a empresa do seu business original e rentável (extração de petróleo) e prejudicar seu retorno.
Dentre tudo aquilo que Prates promete em sua gestão durante a entrevista, o que mais chama atenção é:
1. Recompra de refinarias privatizadas;
2. Mudanças na atual política de preços de paridade internacional (PPI);
3. Investimento em projetos de energias renováveis;
4. Diminuição de dividendos para “investir mais”.
Implementando tudo, ou apenas parte, o plano tem ares de uma volta ao passado com promessas de modernização. Se o filme será o mesmo que passou há alguns anos, só o tempo dirá.
Se você ainda tem Petrobras na carteira e está incomodado com tanta gente pessimista com o papel, fique tranquilo: no próximo episódio do Market Makers, que vai ao ar nesta quinta-feira (19/jan) às 18h, trouxemos dois gestores que ainda têm PETR4 no fundo – um deles, inclusive, aumentou posição depois das quedas no fim do ano passado.
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