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O gestor do seu fundo só precisa de um abraço
Como casamentos e divórcios afetam a performance dos fundos de investimentos
Já li muitas cartas de gestores explicando as performances de seus fundos. Muitas delas, naturalmente, justificando os rendimentos negativos.
Quando esta é a questão, os argumentos costumam ser a famosa “deterioração das condições macroeconômicas no país” ou alguma variação deste tema.
Nunca vi — e acredito que você também não — um relatório de gestão que atribua a performance de um fundo a questões pessoais envolvendo seu gestor.
Mas segundo o artigo “Limited Attention, Marital Events and Hedge Funds”, isso deveria ser mais comum.
O estudo explora os impactos de casamentos e divórcios dos gestores nas performances de seus respectivos fundos. O trabalho foi conduzido por Yan Lu e Sugata Ray, da Universidade da Flórida, e Melvyn Teo, da Universidade de Administração de Singapura
“Concluímos que casamentos e divórcios estão ligados a quedas significativas no alfa dos fundos nos seis meses anteriores e até dois anos depois”. Antes de um casamento, esse valor pode chegar a 8,5%; antes de um divórcio, 7,39%.
Ao todo, 98 casamentos e 76 divórcios colhidos de bases de dados públicos nos Estados Unidos. A principal conclusão dos pesquisadores é a de que eventos desse tipo fazem com que o foco do gestor se perca, prejudicando suas decisões de investimentos.
Não dá para ler esse estudo e não lembrar do caso contado pelo Jojo Wachsmann no nosso último episódio, quando ele pediu resgate de um fundo por que “o cara passou 40 dias no barco”. Não se trata de uma questão conjugal, mas mostra como o foco do gestor é um critério importante no mundo real.
E para você, que sempre pensa em resgatar na primeira queda, pense duas vezes. Seu gestor pode apenas estar atarefado demais escolhendo os docinhos da festa ou pode apenas estar precisando de um abraço.
Para ler o estudo completo, clique aqui.