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Conjuntural ou estrutural? Eis a questão

Uma das questões mais importantes nos investimentos

Matheus Soares

Por Matheus Soares

06 Dec 2023 14h14 - atualizado em 06 Dec 2023 02h14

Conjuntural ou estrutural? Eis a questão

É impossível simplificar uma tese de investimento respondendo a uma única pergunta. Encontrar um investimento é quase como montar um quebra-cabeça de mil peças onde cada peça é uma pergunta que precisa ser respondida até que se possa chegar a uma conclusão. Só que tem UMA pergunta que eu diria que é uma das mais importantes que a gente gosta de fazer aqui no Market Makers antes de pensar em parar para alocar tempo em alguma história, que é a seguinte:

“O momento atual da empresa – de melhora ou piora de resultados, por exemplo – é estrutural ou conjuntural?”

Nenhuma outra pergunta é tão importante e tão difícil de ser respondida como essa. Eu diria até que por culpa dela, outras mil e uma perguntas passam a ser questionadas, tamanha a dificuldade que é chegar a uma conclusão para ela.

E vale para diversas empresas que eu já parei pra estudar, como por exemplo em Lojas Renner:

Será que o cenário de competição chinesa no setor de vestuário tem potencial para estruturalmente piorar a rentabilidade da empresa? Ou será que a queda de rentabilidade e lucratividade da Renner se deu por conta da alta da taxa Selic que acabou impactando a Realize que, por sua vez, levou a menores vendas?

Se você acha que a piora é ‘apenas’ macroeconômica talvez você devesse comprar as ações da empresa – ou deveria já que a ação teve um rali de 30% de um mês pra cá – uma vez que a ação negocia num múltiplo preço sobre lucro (P/L) bem abaixo da média histórica sendo que o L tem potencial para voltar a normalidade caso o cenário macro melhore. 

Outra empresa que a gente se provoca diariamente a responder a essa pergunta é a Vulcabras, uma das maiores contribuições de performance no Market Makers FIA – responsável por 5 pontos percentuais do retorno de 29% do fundo em 2023. 

Será que o crescimento composto de receita de 28% entre 2021 e 2023 – no pior momento do varejo – com expansão de margem EBITDA de 16,6% em 2021 para 24,2% no 3º trimestre de 2023 é estrutural, ou seja, será que ele veio para ficar, ou será que é conjuntural pelo fato do dólar acima de R$ 5 afastar a competição?

Nós achamos que é estrutural, mas podemos estar errados. Aliás, falamos bastante sobre Vulcabras nesse Mercado Aberto.

Essa pergunta nunca é fácil de ser respondida. Ela te faz pensar, provoca, mas é necessária. 

E você, tem alguma empresa que você acha que tem uma visão diferente do mercado? O mercado acha que a melhora/piora de resultado é conjuntural e você acha que é estrutural? 

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Matheus Soares
Por Matheus Soares

Fundador do Market Makers, analista responsável pela Carteira Market Makers de Ações. Antes de fundar o MMakers, foi analista responsável pela cobertura de Small Caps na XP Inc e analista fundamentalista da Rico Investimentos. Certificado no curso de Value Investing da Columbia Business School.

matheus.soares@mmakers.com.br