Apesar de falarmos toda quinta-feira com os principais gestores do país, os feedbacks da nossa audiência sobre investimentos em fundos não são nem um pouco consensuais.
Até mesmo se faz sentido ou não investir em fundos divide nosso público:
E mesmo entre aqueles que acham que faz sentido, existem várias dúvidas e questionamentos que parecem nunca terem sido respondidas.
Foi por isso que trouxemos no episódio #79 um dos analistas de fundos mais respeitados e reconhecidos do Brasil: Bruno Mérola.
Engenheiro com especialização em finanças, Mérola passou quase cinco anos no Itaú Unibanco e naquela época já era assinante da Empiricus. Em 2019, recebeu oferta para tocar a análise de fundos da Empiricus Research e hoje é o responsável pela série Os Melhores Fundos de Investimentos.
Ao longo do papo de pouco mais de 2h de duração, Mérola respondeu as principais perguntas sobre investimentos em fundos e deu sua opinião sobre importantes assets do Brasil, como Trígono, Verde e Alaska:
1. Faz sentido investir em fundos?
“O investidor deve olhar sempre o portfólio e não ativo específico. Então, na minha visão, o fundo de investimento é só um instrumento entre vários. Para comprar Bolsa, o investidor pode comprar via ações, fundos, derivativos etc. Para renda fixa, vale a mesma ideia. Fundos tem que ser um instrumento que traga para o investidor uma fonte de retorno diferente ou que tire uma preocupação.”
2. Quais vantagens e desvantagens de investir em fundos?
“De vantagem é a gestão profissional de alguém experiente e especializado, a escala – fundo consegue alocar de forma menos custosa em vários ativos -, têm acesso a mais mercados (como é caso dos multimercados) e têm eficiência no rebalanceamento (tributária). De desvantagem tem o custo de pagar alguém para fazer isso para você (2/20 na média). Outra desvantagem é a pessoa física conseguir investir em mercados menores e de baixa liquidez, a pessoa que opera com small caps tem essa vantagem.”
3. 2/20 é caro?
“Para os melhores fundos não, mas para a maioria da indústria com fundos ruins sim. O critério do fundo cobrar caro tem que ser gerar alpha relevante. E do 2% tem parte de distribuição que é uns 0,6% disso e da performance também, e isso é uma estrutura que atrapalha o investidor final – a distribuição poderia ser separada e explícita.”
4. Investimento ativo vs passivo, ETF ameaça quem olha fundos ativos?
“Quero que a indústria cresça pois eu gosto muito dos dois, sou a favor do melhor investimento para investidor. Tem classes que você deveria ter ETF (que é mais barato e líquido) por que é difícil para gestor gerar alpha, mas há classes que gestão ativa gera alpha no longo prazo e investidor tem que aproveitar aquilo.”
Essas foram apenas algumas respostas de Mérola. Para saber o que ele pensa sobre o futuro da indústria de fundos, quando é hora de resgatar um fundo e sua opinão sobre algumas gestoras, assista agora o episódio #79 no YouTube ou escute no Spotify.