Notícia

2min leitura

icon-book

O “compounding” além dos números

O importante é não interromper o processo

Josué Guedes

Por Josué Guedes

14 Jul 2022 12h24 - atualizado em 14 Jul 2022 12h25

“A primeira regra sobre o ‘compounding’ é não
interrompê-lo desnecessariamente”
– Charlie Munger

Quando olhamos para empresas que deram retornos estrondosos na bolsa, geralmente não nos preocupamos em observar os altos e baixos das ações ao longo do tempo.

A Amazon, por exemplo, desde seu IPO em 1997 já caiu:

1. 10%: 29 vezes
2. 20%: 14 vezes
3. 30%: 8 vezes
4. 40%: 5 vezes
5. 50%: 4 vezes
6. > 90%: 1 vez

Apesar dessas quedas, os corajosos que compraram quando a empresa foi listada na bolsa e não venderam ganharam mais de 120.000% em menos de 30 anos.

Mas, para se aproveitar de todo esse processo de multiplicação de capital, o investidor precisou aceitar “colher” todos os retornos diários durante muito tempo. E isso não é fácil, porque todo mundo sabe que a tentação de vender após uma queda forte ou uma alta expressiva é muito grande.

E, além disso, mesmo que você saiba que os juros compostos funcionam, é dificílimo se manter firme na ideia de que pequenos retornos diários (compounding) irão gerar resultados estratosféricos apenas porque você soube usar o tempo a seu favor.

No caso da Amazon, quem ficou investido transformou US$ 1.000,00 em mais de US$ 2 milhões em aproximadamente três décadas. Esse é o efeito do compounding nos mercados e é fácil mensurá-lo.

Porém, apesar de estarmos habituados a pensar somente em dinheiro quando falamos sobre juros compostos, essa ideia também pode ser aplicada a outras áreas da vida, como, por exemplo, o conhecimento.

No começo dos anos 2000, Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, foi convidado para falar com um grupo de estudantes de MBA da Columbia Business School.

Perguntado sobre como se preparar para uma carreira de investidor, Buffett disse: “Leia todos os dias. É assim que o conhecimento funciona. Ele se acumula, como juros compostos”.

Sendo justo, Buffett recomendou a leitura de 500 páginas por dia, mas essa meta passa longe das possibilidades da maioria das pessoas (minha também), apesar de alguns investidores brasileiros já terem relatado que chegam a ler algo próximo a isso – se você, leitor, for um desses, responda esse e-mail, porque quero te conhecer.

Como a CompoundLetter tem o objetivo de ser uma leitura para você fazer durante um cafezinho, não será possível ler mais que 2 páginas por dia aqui – nos desculpe, Buffett – mas o que iremos te entregar com certeza irá agregar mais do que 498 páginas de puro conteúdo “acaciano”.

Infelizmente, ao contrário das ações, não é possível mensurar numericamente os ganhos que você terá lendo a CompoundLetter 5 vezes por semana. Mas, se posso dizer que aprendi algo com Charlie Munger, sócio do Buffett e um dos maiores investidores de todos os tempos, é que a leitura é um dos mecanismos mais eficazes para acumular conhecimento.

Munger certa vez disse: “em toda a minha vida, não conheci pessoas sábias que não lessem o tempo todo – nenhuma, zero”. Olhando por esse lado, os retornos diários parecem estar para as ações, assim como a leitura está para o conhecimento.

Então, seja para investir em ações, ou acumular conhecimento, não deixe de acreditar no poder do compounding e, claro, de ler a newsletter diária do Market Makers.

Forte abraço,
Josué Guedes

Compartilhe